Amazonas ganha com a produção de biocosméticos no PIM


A permissão para que empresas produtoras de cosméticos possam se instalar no Pólo Industrial de Manaus (PIM) utilizando matéria-prima local é recebida com otimismo pela Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Sect). Para Sidinéia Amadio, secretária Adjunta da Sect, essa iniciativa, além de regularizar a utilização dos produtos locais, vai promover a geração de mais empregos e renda no Amazonas.

 

“É uma questão de soberania. Nós estaremos utilizando a nossa biodiversidade e, o que é mais importante, gerando novos empregos, renda e promovendo o desenvolvimento do nosso estado. Ou seja, o incentivo à bioindústria no Amazonas é excelente para ajudar a proteger o nosso patrimônio. Por isso, a Sect vê com bons olhos essa iniciativa”, disse Amadio.

 

A portaria interministerial que modifica o Processo Produtivo Básico (PPB) para a produção de biocosméticos no PIM foi assinada na terça-feira, em Brasília, pelos ministros da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.

 

Na semana passada, o governador Eduardo Braga já havia anunciado a alteração do PPB. Ele presenciou a assinatura da portaria, acompanhado da superintendente da Zona Franca de Manaus, Flávia Grosso, de empresários e membros da bancada federal do Amazonas. Segundo Braga, essa é uma luta muito antiga. “São pelo menos cinco anos de batalha e vai significar, a médio prazo, a geração de uma nova leva de milhares de empregos no PIM", enfatizou o governador.

Para Flávia Grosso, a fixação de PPB para biocosméticos é um passo concreto no sentido de fazer surgir novos segmentos industriais – "mais enraizados regionalmente" – e vai ao encontro de interesses constantemente manifestados por investidores de diversas origens. "O principal recurso para tornar a Amazônia independente economicamente está na sua própria intimidade: a maior biodiversidade do planeta", afirmou.

A superintendente destacou ainda que o PPB para Biocosméticos dará um novo impulso às pesquisas realizadas pelo Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) e é parte importante de uma política de desenvolvimento de tecnologias para promover e incentivar atividades industriais, baseadas na exploração sustentável da biodiversidade da Amazônia.

Novo arranjo – Antes da mudança do PPB, as exigências para que uma empresa de cosméticos se instalasse no PIM eram tantas que dificultavam a instalação de novos empreendimentos em Manaus, sobretudo quanto à utilização de bioprodutos. Agora, o novo documento permite que empresas produtoras de cosméticos em geral possam utilizar matéria prima local, ao se instalarem no PIM.

 

“Antes, a vigorosa indústria nacional ia comprar óleos vegetais na Malásia para produzir aqui, utilizando o selo Amazônia. Agora vamos gerar empregos na capital e no interior com um novo arranjo produtivo", afirmou Eduardo Braga, apontando como exemplo a instalação, na última sexta-feira, da primeira indústria do ramo na cidade, a Vita Derm.

 

Em nota assinada com o Centro da Indústria do Amazonas (Cieam), o presidente da Associação Brasileirada Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, João Carlos Basílioda Silva, também presente no ato, comemorou a “abertura da nova fronteira de produção em Manaus”.

 

Ana Paula Freire – Agência Fapeam,
com informações da Agecom
Foto: Andréia Mayumi

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *