Amazonense na Microsoft: Apoio da Fapeam foi fundamental
O amazonense Rafael Barcelos, que viajou na quarta-feira para Seatle, EUA, para trabalhar na Microsoft, creditou à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) a oportunidade de qualificação que muitos jovens pesquisadores do Amazonas estão tendo nos últimos anos.
Ele foi um dos primeiros a receber bolsa de estudo da Fapeam e graças a isso pôde cursar o mestrado em Engenharia de Sistema em Computação, vinculado à Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“No ano em que ingressei no mestrado, em 2004, mais dois amazonenses foram aprovados no mesmo curso e um quarto estudante entrou para outro curso da Coppe. O fato é que nós quatro temos a consciência de que só foi possível permanecer os dois anos no Rio porque tínhamos a bolsa da Fapeam”, contou Rafael.
Segundo ele, o fato de não haver garantia de bolsa, antes da Fapeam, limitava a procura por cursos fora do Amazonas. “A razão é simples: não havia a menor possibilidade de disputar bolsas da Fapesp ou da Faperj com estudantes de São Paulo ou do Rio”, afirmou, referindo as fundações de amparo à pesquisa dos dois estados.
Rafael também destacou a oportunidade que os amazonenses têm de participar de eventos acadêmicos e científicos em outros estados brasileiros e até mesmo fora do país por meio de editais da Fapeam.
“Depois de concluir o mestrado, em 2006, tive um artigo aceito no Congresso de Qualidade de Software, no Espírito Santo, e pude participar do evento graças à Fapeam, que flexibilizou e me concedeu uma passagem que estava prevista para coleta de dados durante o curso, mas que não foi utilizada”, lembrou.
Orientado no mestrado pelo professor Guilherme Horta Travassos, Rafael salientou que, sem esse apoio, dificilmente teria concluído pós-graduação, o que contribuiu para chegar aonde chegou. Ele também destacou a importância que dois de seus professores da graduação em Ciências da Computação, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), tiveram em sua formação.
“Sou muito grato aos professores Edileno Moreira e Altigran Soares, que sempre me apoiaram durante a graduação e me deram carta de recomendação quando fiz a seleção para o mestrado”, disse.
Altigran, hoje pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Ufam, elogia a conquista do pupilo. “Para nós, é motivo de orgulho ver um egresso da Ufam brilhando lá fora. O Rafael é brilhante. Aliás, a turma dele teve excelentes alunos, que não ganharam tanta visibilidade porque seguiram carreira acadêmica, mas que tiveram, por exemplo, trabalhos publicados no Japão, China, na Europa e também nos Estados Unidos. Mas isso, obviamente, não diminui um milímetro o mérito do Rafael. Ele está de parabéns”.
A conquista
Rafael Barcelos, 25 anos, foi selecionado para trabalhar na Microsoft, na área de desenvolvimento de programas para computador. Ele participou de uma seleção rigorosa, tendo passado por cinco entrevistas decisivas, uma delas e Redmount, onde está a sede da Microsoft. Para se ter uma idéia da concorrência, durante o período de seleção, a empresa chegou a receber mais de dois mil currículos por dia.
O amazonense tomou conhecimento da seleção há dois anos, quando fazia estágio na Siemens, nos Estados Unidos. “Soube que a Microsoft estava contratando pessoas da América do Sul e mandei meu currículo. Em maio de 2007, aconteceu de me chamarem para uma entrevista no setor de recursos humanos da empresa e, depois, em outubro, fui para entrevistas técnicas. Agora, é só começar a trabalhar”, concluiu, referindo-se à sua conquista profissional, que se inicia, de fato e de direito, nesta segunda-feira, 14.