Amazônia carente de jovens doutores
“Não se defende a Amazônia com preservação, se defende com conhecimento”, é o que corriqueiramente afirma Val em suas palestras sobre o problema. Inclusive na Assembléia Legislativa do Estado (ALE) o indicativo já foi destaque.
A frase ilustra bem a dimensão da necessidade da formação intelectual na Região Norte. Sobretudo no que concerne ao futuro da pesquisa na região, levando-se em conta que metade dos cientistas hoje em atividade na Amazônia tem mais de 50 anos, conforme Val.
Atualmente, a temática da formação vem sendo discutida com afinco, sobretudo por cientistas que atuam no Inpa e na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Além disso, no mais recente encontro entre o secretário de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Sect), José Aldemir, e o diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Odenildo Sena, na 59ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, há 12 dias, em Belém (PA), o tema também veio à tona.
E a conclusão é uma só das quatro partes mais envolvidas na questão. É necessário implementar parcerias do Estado do Amazonas com o governo federal para fortalecer as propostas de formação de doutores na Região Norte.
Por seu turno, a Sect está buscando fortalecer a Semana de Ciência & Tecnologia para concretizar parcerias a curto e médio prazos. Além disso, propostas de incentivo a atividades conjuntas estão sendo geridas, segundo dados oficiais da secretaria, disponíveis no site http://www.sect.am.gov.br/.
Pelo lado da Fapeam, órgão que integra a Sect, a Fundação tem investido mais de R$ 12 milhões/ano, desde 2005, em diversos programas de fomento ao desenvolvimento de ciência e tecnologia no Amazonas. Institutições como Ufam, Inpa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação de Hemoterapia do Amazonas (FHemoan) são algumas das beneficiadas com os editais de concorrência pública.
Além disso, o Inpa mantém seus programas de pós-graduação (mestrado e doutorado), bem como a Ufam. Todavia, esses esforços não estão sendo suficientes para fixar os jovens doutores na Amazônia. Muito deles acabam sendo contratados para trabalhar em outras regiões do Brasil, segundo enfatizou o diretor do Inpa.
“A Fapeam tem um papel muito importante e para o Estado é um alto negócio ter a Fundação”, ponderou Val, ressaltando mais uma vez a necessidade de auxílio à formação, que segundo ele, tem norteado a política de C&T no Amazonas.
Dados do Norte
Neste caso, o Norte reúne 1,9% do total dos cursos credenciados pelo Ministério da Educação (MEC).