Amazônia teve menor desmatamento desde 1988, aponta Inpe


06/12/2011 – O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) divulgou, ontem, 5 de dezembro, a estimativa para a taxa de desmatamento na Amazônia Legal para o período de agosto de 2010 a julho de 2011. Os dados indicam redução de 11,7% no desmatamento em relação ao período anterior (2009-2010), um total de 6.238 quilômetros quadrados, menor taxa verificada desde 1988, quando começaram os levantamentos anuais.

As informações, baseadas em 96 imagens de satélites que cobrem 90% da região, foram apresentadas pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aloizio Mercadante, pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, pelo presidente do Inpe, Gilberto Câmara, e pelo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Curt Trennepohl.

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Os Estados do Pará e Mato Grosso lideram o desmatamento na região, com perda de 2.870 e 1.126 quilômetros quadrados respectivamente, seguidos de Rondônia (869), Amazonas (526), Maranhão (365), Acre (271), Roraima (120), Amapá (51) e Tocantins (40). Os números consolidados serão divulgados em abril, após a análise de outras 117 imagens, mas o Inpe explica que a margem de erro, de 10%, já permite afirmar que se trata do menor índice verificado.

Medida pelo Projeto de Monitoramento de Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Inpe, a análise é uma das ações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia (PPCDAM).

Controle

O governo atribui a queda do desmatamento anual às ações de fiscalização e combate, reforçadas a partir de abril, quando o sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), também do Inpe, mostrou aumento significativo do desmatamento, principalmente em Mato Grosso e Rondônia, os únicos que registraram aumento de derrubadas.

Segundo o presidente do Inpe, Gilberto Câmara, os alertas do Deter desencadearam operações significativas que reduziram muito a incidência do desmatamento em Mato Grosso. “Por causa dessa ação, verificamos que o desmatamento que em abril tinha indícios de que iria crescer, manteve-se por mais um ano em queda”, ressaltou.

Para o ministro Aloizio Mercadante, o resultado é uma vitória relevante para o Brasil e ganha significado ainda maior diante da intensificação dos eventos climáticos. “O Brasil demonstra com isso que é uma nação que quer avançar no compromisso com a sustentabilidade e com a redução das emissões de gases de efeito estufa”, disse.

O ministro informou que uma nova geração de satélites deve permitir maior precisão aos dados sobre desmatamento no Brasil, a exemplo do CBers 3 (em parceria com a China), que será lançado em novembro do ano que vem, que permitirá reduzir de 250 para 5 quilômetros quadrados a abrangência de área avaliada.

Ele destacou ainda a importância do projeto TerraClass, pesquisa realizada pelo Inpe em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que ao analisar a área desmatada na Amazônia verificou que 21% é composta de floresta secundária (em fase de regeneração).

A ideia do governo é aumentar a fiscalização e a produtividade da pecuária, que responde por 62% do desmatamento. “Nós vamos aprofundar os estudos sobre a área desmatada para verificar como podemos aumentar a eficiência da pecuária, combater o desmatamento de forma implacável e, com isso, abrir espaço para que a floresta se recupere e contribua de forma decisiva para  sequestro de carbono”, concluiu o ministro.

Os mapas das áreas de desmatamento, as imagens de satélite utilizadas neste levantamento e os dados tabulares empregados no cálculo da taxa anual estão disponíveis na página do Prodes/Inpe.

Fonte: MCTI

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