Animais contribuem com a floresta no Baixo Japurá


  02/08/2010 Com o apoio do Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape) da  Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Estado do Amazonas (FAPEAM), a doutora em Zoologia e Ecologia, Luciane Lopes de Souza, apresentou na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal (RN), os resultados do projeto por meio do artigo científico “Síndromes de dispersão, abundância e distribuição das espécies de plantas lenhosas no baixo Rio Japurá”.

  O estudo investigou se plantas que apresentam diferentes síndromes de dispersão de sementes também se diferem em termos de abundância e distribuição e se as plantas mais abundantes localmente são as mais amplamente distribuídas na paisagem. “Verificamos que quando a floresta inunda, os peixes vêm junto com a água e se alimentam levando sementes com eles. Esses peixes são, por isso, chamados de frutívoros”, afirmou Souza.

O Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), consiste em apoiar, com passagens aéreas, pesquisadores e estudantes de graduação ou pós-graduação, para apresentarem trabalhos em eventos científicos e tecnológicos nacionais e internacionais.

 

Sobre o Pape

“Foram realizadas coletas de frutos, observação de eventos de frugivoria e consultas à literatura especializada. Além disso, foram gerados Índice de Abundância (IA) e Índice de Distribuição (ID) por espécie de cada ambiente”, explicou a pesquisadora.

De acordo com a pesquisadora, que também é professora do Centro de Estudos Superiores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) de Tefé, o estudo foi realizado com dados coletados em levantamentos florísticos das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Amanã e Mamirauá, as quais abrangem uma área de 3,474 milhões de hectares, o equivalente a 14,15% da área total do Corredor Ecológico Central da Amazônia do qual fazem parte.

Métodos

Souza explicou ainda em seu trabalho, gerado a partir da tese de doutorado “Ecologia das Florestas do Baixo Japurá”, que a região do Baixo Japurá é formada por um mosaico constituído de florestas de terra firme, florestas de várzea e florestas de igapó. “As espécies dessas florestas diferem-se devido a suas síndromes de dispersão (conjunto de características morfológicas que plantas usam para atrair seus dispersores), abundância e distribuição na paisagem”, disse.

 

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 O  estudo  verificou três tipos de floresta: de várzea, de terra firme e de igapó. Nelas, a zoocoria (semeadura por animais) foi o mecanismo predominante de dispersão de sementes . “Espécies com dispersão por vetores bióticos (animais) e abióticos (vento e água) foram relativamente comuns em todos os tipos de florestas”, explicou a pesquisadora.

Durante a pesquisa, ficou evidente que tanto animais aquáticos (peixes) quanto aves (tucanos e araras) e primatas (macacos) têm um papel essencial na dispersão de sementes nas florestas  da Amazônia. 

 

Os animais são fundamentais na dispersão (semeaduras) de sementes de plantas na região do Baixo Japurá, no Médio Solimões (AM). A constatação foi obtida por meio de uma pesquisa inédita realizada nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável do Amanã e Mamirauá, no município de Maraã, próximo à cidade de Tefé (550 km distante de Manaus).

 

Foto1: Dra. Luciane Souza durante sessão de pôsteres da 62a SBPC (Foto: Giovanna Consentini/Ag.Fapeam)

 

                                                                                                   Por Cristiane Barbosa – Agência Fapeam

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