Arte, cultura e comunicação: a amplitude das pesquisas do PCE

Professora Waleska Cordeiro se caracteriza, conforme a cultura amine, para trabalhar a relação da temática com a ciência. (Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM)
A introdução da pesquisa científica no ensino básico pode significar um grande incentivo à entrada de jovens no ensino superior e o desenvolvimento da ciência na área escolhida. Para provar que o saber científico está presente nas mais diversas formas do saber, a professora de História Waleska Cordeiro, da Escola Estadual Cid Cabral da Silva, escolhe temas presentes no cotidiano do jovem e o introduz no universo da pesquisa.
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Em seu terceiro ano no Programa Ciência na Escola (PCE), a professora apresentou os resultados do trabalho ‘Universo Otaku e AJP: um estudo sobre a influência da cultura pop nipônica entre os jovens de Manaus’ realizado durante um ano, no Seminário de Avaliação Final do PCE. As defesas iniciaram na última segunda-feira (17) e se encerraram nesta terça-feira (18). O evento aconteceu na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM) da Secretaria Municipal de Educação (Semed), na Avenida Mário Ypiranga Monteiro, no Parque Dez.
Ao longo do projeto, conforme explicou Cordeiro, a intenção foi estudar o impacto da cultura japonesa manifestada por fãs de animes, cosplays e mangás e pela participação de jovens manauaras no evento Anime Jungle Party.
Para professora, é mais fácil atrair o jovem à pesquisa com temas diferenciados que fazem parte do seu convívio. “A ideia do trabalho surgiu em face de uma observação sobre o interesse dos alunos em animes e mangás. Tentei aliar o conteúdo da imigração japonesa com essa temática, que eles gostam tanto. Procuro temas diferentes para mostrar que a ciência está presente em qualquer segmento”.

Estudante Larissa Nunes apresenta o produto final do projeto ‘Jornal Escolar: ferramenta de incentivo à produção textual e à leitura’. (Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM)
A estudante e participante do projeto, Vitória Santana, da 1ª Série do Ensino Médio, contou que o envolvimento dos jovens pesquisadores é muito intenso e que pôde concluir que não se deve ter nenhum tipo de preconceito com qualquer cultura. “Existe um preconceito grande por parte de alguns jovens com os otakus e quando você estuda, acaba compreendendo mais essa cultura, vê com outros olhos e passa a defendê-la”.
Os resultados da pesquisa mostraram que a construção da história sócio cultural do Brasil traz à tona personagens que contribuíram de forma significante, como o caso dos imigrantes, explicou Cordeiro. Segundo ela, o projeto ganhou notoriedade e fez com que os alunos fossem chamados para participar do Anime Jungle Party, com apresentações de danças na última edição do ano, que acontecerá no mês de dezembro.
Comunicação na escola
Outro projeto apresentado no seminário, intitulado ‘Jornal Escolar: ferramenta de incentivo à produção textual e à leitura’, coordenado pela professora de português Maria Perpétua Pereira, da Escola Municipal Deputado Ulysses Guimarães, teve o intuito de incentivar a produção textual através do jornalismo.
A jovem pesquisadora Larissa Nunes, do 9º Ano, afirmou que o projeto ajudou na comunicação interna da escola. “O objetivo foi estimular a capacidade criativa do aluno com o uso do jornal. Tivemos uma boa recepção por parte dos alunos e professores com o trabalho”.
O Jornal Cultural Ulysses Guimarães já está em sua terceira edição e traz seções, como entrevistas, curiosidades, informativos, entre outras. O produto serve para reforçar que o importante no fazer do jornal é o processo criativo do aluno.
Raiza Lucena – Agência Fapeam