Artigo – Brava FAPEAM
29/05/2012- Passou em branco pra muita gente. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) completou nove anos de atividades no dia 21 de maio. Em uma solenidade revestida de muita simplicidade, no auditório da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), foi lançado o edital de concurso para o certame que escolherá o selo comemorativo dos dez anos da instituição, a serem completados em maio do próximo ano. Compondo a mesa, um pouco da história viva da FAPEAM: o professor José Aldemir de Oliveira, seu primeiro presidente, que recebeu a incumbência de, em 2003, implantar a nova instituição, com todos os desafios de iniciar o difícil processo de construção de suas atividades pioneiras, todas muito novas para uma burocracia em redor que, naquelas circunstâncias, precisava ser convencida e entender pra que serve uma fundação de amparo à pesquisa e qual seu papel no desenvolvimento científico, econômico e social do Estado. Ao lado do professor Aldemir estava eu, que dirigi a FAPEAM de julho de 2005 a dezembro de 2010. Ao meu lado, a professora Maria Olivia, atual presidenta, que esteve como colaboradora desde os primórdios e, portanto, presente ao longo de todo esse período de existência da Fundação. Horizontalmente falando, viveu a instituição mais do que qualquer pessoa que hoje ainda esteja em seu quadro de servidores.
Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook
No que me coube falar sobre a relevância daquele momento, iniciei lamentando que o auditório da UEA não estivesse inteiramente tomado por pesquisadores e gestores de instituições de ensino e pesquisa do Estado. Eles, mais do que ninguém, devem ter clareza do que representou o surgimento da FAPEAM e o que ela representou para o salto de competitividade em nossa produção científica. Afinal, todas as instituições de ensino e pesquisa hoje no Amazonas (todas!) são beneficiadas pelo fomento da Fundação nas dezenas de programas permanentemente disponibilizados que passam pela pesquisa em todas as áreas do conhecimento, infraestrutura laboratorial, iniciação científica, divulgação científica, formação de mestres e doutores e tantas outras iniciativas. Isso sem contar com o apoio firme às fundações de saúde, cujas atividades de pesquisa e produção de novos conhecimentos se confundem com a idade da FAPEAM.
Penso, por outro lado, que uma das tantas formas de avaliar a importância da FAPEAM está no impacto local, regional e nacional de suas ações. No primeiro caso, há consenso de que no Amazonas ela já consagrou um marco a separar antes e depois de sua existência. O espaço aqui é muito pouco para elencar tantos feitos. No plano regional, até 2007 a FAPEAM despontava como a única fundação de amparo à pesquisa da Região Norte. Lembro-me do quanto viajei a convite dos Estados da região para falar sobre a diversidade de suas ações e de sua importância como estratégia de avanço da ciência e como mecanismo de redução das desigualdades sociais. Esse contágio positivo acabou se espalhando e estimulando mobilizações ao ponto de, nesse curto espaço de tempo, à exceção de Roraima, podermos comemorar que todos os demais Estados do Norte já contam com sua fundação de amparo à pesquisa. No plano nacional, por sua vez, a FAPEAM ganhou notoriedade tal pelo volume de investimentos, que passou a compor parcerias antes exclusivas do Sudeste, caso dos institutos nacionais de ciência e tecnologia, cinco dos quais instalados em Manaus. Nesse caminho, pode-se dizer, sem receio, que o Amazonas passou a fazer parte do mapa da ciência brasileira.
É de justiça, entretanto, ressaltar que tudo isso não aconteceu e não vem acontecendo por acaso. Pode-se dizer que o espírito público, que baliza a visão de futuro, tem sido o mote da criação e da consolidação da FAPEAM. De um lado, a iniciativa visionária do então governador Eduardo Braga, que fez a instituição saltar do papel para a realidade e chancelou seu funcionamento; de outro, a sensibilidade do governador Omar Aziz, que empresta seu apoio e entusiasmo para a autonomia futura da Fundação.
Vida perene à FAPEAM.
*Odenildo Sena é secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas e presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti). Artigo publicado simultaneamente no Jornal Diário do Amazonas e nos portais D24am e Portal Amazônia em 29/05/2012.