Atividades físicas ajudam a melhorar processo de aprendizagem

A atividade física praticada de forma orientada, com frequência e continuidade, traz grande benefício à saúde. Para associar essa prática com o processo de ensino e aprendizagem, o professor de Educação Física da Escola Estadual Nossa Senhora de Aparecida, Euler Mário Nunes, desenvolveu a pesquisa “Desporto e Saúde”.

Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), o projeto tinha como objetivo melhorar o condicionamento físico e mental dos alunos, possibilitando um bom rendimento escolar. As dinâmicas eram realizadas de segunda a sexta após o horário escolar.

“A pesquisa veio na tentativa de proporcionar momentos de lazer aos alunos da escola e conscientizá-los sobre a necessidade da prática da atividade física como forma de promoção da saúde”, salientou.

A partir da prática de futsal, handebol, voleibol, basquetebol e capoeira, o grupo trabalhava as qualidades físicas dos estudantes, como coordenação, resistência aeróbica e anaeróbica, força, ritmo, agilidade e velocidade. Conforme o professor, essas práticas trazem benefícios cardiorrespiratórios e melhoram a auto-estima.

A FAPEAM teve grande importância na execução do projeto, de acordo com Nunes, pois os recursos foram utilizados na compra dos equipamentos, por exemplo, e ajudou na pesquisa de campo. Ele disse que o projeto contribuiu para a formação dos bolsistas, o que determinou o destino de dois estagiários. “Hoje, eles estão cursando educação física”, afirmou o professor.

A missão do professor

Professor há 19 anos, Nunes acredita que além de ensinar alunos, o professor tem a missão de formar cidadãos. No caso dele, o esporte foi a ferramenta. “Hoje levanto mais uma bandeira: mostrar a grande importância e necessidade de se praticar atividade física como forma de promover a saúde. O PCE me proporcionou essa oportunidade e fico muito grato”, destacou.

Avaliações e resultados

As avaliações físicas eram realizadas a cada 30 dias durante os seis meses do projeto. Inicialmente, a média da porcentagem de gordura era de 18% para os homens e de 22% para as mulheres. Depois do projeto, os homens tiveram em média 12% e as mulheres 14%.

No cooper (corrida em ritmo pouco rápido), a média de percurso era de apenas 800 metros. No final do projeto, era de 1700. Nas flexões, os homens faziam 11 repetições e as mulheres oito. Devido às atividades, eles passaram a fazer, respectivamente, 25 e 17 reflexões. Os homens faziam 16 repetições de abdominais e as mulheres nove e, ao final, eles realizavam 27 e 20, seguidamente.

Na área pedagógica houve um crescimento no índice de aprovação dos alunos. Dos 200 que participavam do projeto, 197 foram aprovados, ajudando a aumentar o rendimento escolar para 85%. O professor atribui o sucesso ao projeto, que foi o ponto de partida para as mudanças no comportamento dos estudantes.

“Atualmente cerca de 20% da população é hipertensa, 12% é diabética e 60% está acima do peso. O projeto tinha a grande missão de orientar os alunos e a comunidade acadêmica da importância de se praticar uma atividade física como forma de evitar essas doenças degenerativas e crônicas. Hoje, os alunos estão conscientes sobre a necessidade de se praticar uma atividade física e preocupados com a alimentação tanto dentro quanto fora da escola”, salientou.

PCE 2010

O projeto teve novamente sua proposta aceita pela FAPEAM. Foi uma das 167 aprovadas no edital 015/2009. A partir do dia 3 de maio, o grupo retorna às atividades. Nesta nova etapa, a pesquisa será ampliada, abrangendo além da comunidade acadêmica, a comunidade ao redor da escola.

Luana Gomes e Luís Mansuêto – Agência Fapeam

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