Boas práticas de gestão de incubadoras são apresentadas a empreendedores amazonenses

O modelo Cerne foi apresentado durante ‘Diálogo sobre o Edital do Programa de Apoio a Incubadora – Pró-Incubadoras (Edital 019/2014)’. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM.
As boas práticas de gestão de incubadoras dos Estados Unidos e de países da Europa e da Ásia estão sendo implementadas no Amazonas, por meio de uma parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e a Associação Nacional de Entidades promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). Trata-se do Modelo de Centros de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (Cerne) construído com base nas características das incubadoras nacionais, focado em resultados e boas práticas inovadoras na geração de empreendimentos que tragam inovação na sua origem.
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O modelo Cerne foi apresentado durante o ‘Diálogo sobre o Edital do Programa de Apoio a Incubadoras – Pró-Incubadoras (Edital 019/2014)’, que ocorreu nesta segunda-feira (19), no Centro Universitário de Manaus (Ceulm/Ulbra), bairro Japiim II. O evento consistiu em uma oficina de alinhamento, na qual foram apresentadas informações, técnicas e dicas importantes para a elaboração de projetos, configurados ao modelo Cerne.

Conforme Pires, o modelo Cerne foi construído a partir das melhores práticas de gestão de incubadoras do mundo. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM.
O curso foi ministrado pela superintendente executiva, Sheila Oliveira Pires, e pelo coordenador de projetos estratégicos, Carlos Eduardo Negrão Bizzotto, ambos da Anprotec. A palestra foi uma oportunidade para que os interessados em apresentar propostas ao Pró-Incubadoras pudessem sanar dúvidas e assim submeter seus projetos.
Conforme Pires, o modelo Cerne foi construído a partir das melhores práticas de gestão de incubadoras do mundo. “Ao trazermos o modelo para o Amazonas, queremos ampliar a atuação das incubadoras de forma que elas possam apoiar empreendimentos no contexto global. A parceria com a FAPEAM permitirá preparar adequadamente as incubadoras desde o nascimento”, pontuou.
As práticas de gestão de incubadoras do Cerne têm como base modelos da Espanha, Bélgica, Portugal, França, Finlândia, Canadá e Israel, segundo Pires. Ela explicou que buscou ações inovadoras dos países visitados que pudessem ser aplicadas no Brasil, segundo as especificidades locais. Atualmente, incubadoras em 20 Estados brasileiros passam pelo processo de implementação do modelo.

Waichman disse que o objetivo é colocar as incubadoras locais em um movimento nacional de certificação de gestão da qualidade. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM.
“Temos cinco eixos básicos no modelo de gestão Cerne: os aspectos de gestão; financeiro; mercado; tecnologia; e pessoas (empreendedores). Consequentemente, as ações são mais pontuais para que os empreendimentos cheguem ao mercado de uma forma diferenciada. Olhamos a gestão das incubadoras como negócio, para que tenham mais resultados e qualidade nos processos. Isso faz aumentar o número de empresas apoiadas”, afirmou Pires.
Parceria Anprotec
Após os resultados do primeiro Edital do Pró-Incubadoras, de acordo com a diretora técnico-científica da FAPEAM, Andréa Waichman, percebeu-se a necessidade de apoiar, não apenas financeiramente, o processo de inovação no Estado, mas propor ferramentas e modelos de gestão. “Por este motivo, foi proposto as atividades com a Anprotec, que cuida do modelo Cerne. O objetivo é colocar as incubadoras locais em um movimento nacional de certificação de gestão da qualidade”.
Segundo a presidente da Rede Amazônica de Instituições em Prol do Empreendedorismo e da Inovação (Rami), Jane Moura, a parceria da FAPEAM com a Anprotec só tem a contribuir para o avanço da qualidade das incubadoras locais. A partir do modelo Cerne, as incubadoras do Amazonas passam a ficar no mesmo patamar das nacionais e internacionais.

Uma carta foi enviada à Associação Amazonense de Municípios, conforme Moura, na qual os prefeitos foram convidados a participarem das ações de inovação. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM.
Interiorização das ações
No Amazonas, um movimento está sendo realizado para sensibilizar todos que fazem parte do ecossistema de inovação. Uma carta foi enviada à Associação Amazonense de Municípios, conforme Moura, na qual os prefeitos foram convidados a participarem dessa iniciativa, por meio do Pró-Incubadoras. “Contudo, nem todos puderam estar aqui hoje, por isso, iremos fazer visitar técnicas aos prefeitos de Manacapuru, Parintins, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira”, disse.
“Muitos prefeitos têm demonstrado interesse em participar. Temos ações iniciadas para implantar incubadoras em Presidente Figueiredo, Autazes, Itacoatiara. Atualmente, contamos com 14 incubadoras no Amazonas. Com esta ação da FAPEAM, temos a certeza de que iremos nos fortalecer e gerar mais emprego e renda para o Estado. Também levaremos esse modelo para outros Estados da região Norte”, afirmou Moura.
Para a assessora jurídica da prefeitura de Barcelos (distante 399 quilômetros da capital), Luciana Coimbra, é fundamental se ter uma incubadora no município, de forma que contribua para a geração de renda e de novos empreendimentos. Ela explicou que quando um município não dispõe de polos de inovação voltados para fixar seus moradores, a tendência é que os moradores migrem para outros locais em busca de melhores condições de vida. “A iniciativa da FAPEAM é positiva porque demonstra o interesse do governo do Estado em ajudar os municípios a crescerem”.
Luís Mansuêto – Agência FAPEAM