Bolsistas da Fapeam usam água e alho para combater lagarta da couve beneficiando agricultores no interior do Amazonas
Além de diminuir o custo do controle, os inseticidas botânicos são menos agressivos ao meio ambiente, reduzindo a contaminação ambiental e produzindo alimentos mais saudáveis, livres de resíduos de agrotóxicos
Estudantes da rede estadual de Ensino do município de Barreirinha (localizado a 330 quilômetros de Manaus) desenvolveram com apoio do governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) uma nova técnica utilizando apenas água e alho para o combate da lagarta da couve, praga que pode causar um prejuízo de até 100% na produção de agricultores.

Em pequenas áreas, extratos de plantas inseticidas representam uma alternativa para o controle de pragas.
Segundo o coordenador do projeto de pesquisa, professor Evaldo Belo, em pequenas áreas, extratos de plantas inseticidas representam uma alternativa para o controle de insetos-praga. Além de diminuir o custo do controle, os inseticidas botânicos são menos agressivos ao meio ambiente, reduzindo a contaminação ambiental e produzindo alimentos mais saudáveis, livres de resíduos de agrotóxicos.
“Muitas espécies vegetais produzem substâncias que têm atividades biológicas e que foram desenvolvidas pelas plantas ao longo de sua existência, úteis para garantir a sua sobrevivência. Essas substâncias são metabólitos secundários das plantas, e apresentam ações medicinais e inseticidas, repelentes”, disse o professor.
Professor da disciplina de química, ele explica que projeto na escola contribui através do intercâmbio entre os alunos bolsistas e os agricultores de hortaliças e a comunidade em geral, por meio de conversas e troca de conhecimentos. “O projeto desse ano foi muito proveitoso. Nós fizemos várias visitas para famílias de agricultores, onde passamos as técnicas para obtenção do extrato de água e alho”, explicou.
O estudo, desenvolvido na Escola Estadual Professora Maria Belém com recursos do Programa Ciência na Escola (PCE) da Fapeam, foi destaque no jornal ‘Bom Dia Amazônia’, da Rede Amazônia, na última terça-feira (1º).
O agricultor, Manoel Amaral, disse que esse ano a produção de couve foi afetada pela lagarta. Para combater a praga, ele comprou barrage (produto de combate as pragas), mas decidiu não usar com medo do material prejudicar os alimentos. “Eu achei a técnica ensinada pelos alunos bem prestativa e com o custo menor também para nós produtores”, disse.
A cientista júnior, Laira Beltrão, contou que o projeto desenvolvido no município pode ser usado em outras comunidades do Amazonas. “Estamos trazendo uma nova alternativa para diminuir o uso de produtos agrotóxicos no combate de pragas. Oferecemos uma forma sustentável e de baixo custo comparado ao comercializados no mercado” disse a estudante.
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Sobre o PCE
O Programa Ciência na Escola foi criado em 2004 pelo governo do Estado via Secti-AM e Fapeam em parceria com as Secretarias de Estado de Educação (Seduc) e Municipal de Educação (Semed). É uma ação de alfabetização científica e tecnológica, destinada aos professores e estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio que desenvolvem projetos de pesquisa em escolas públicas municipais e estaduais do Amazonas.
Agência Fapeam