Brasil pretende alcançar 5% da produção científica mundial


 

Natal (RN) 26/07/2010 – O objetivo do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), até 2022, é investir 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas de um país, em pesquisa e desenvolvimento. Mesmo com a meta de articular parceria entre indústrias e ciência para promover revolução semelhante ocorrida na Coreia, o Brasil esbarra na dificuldade de não ter um sistema industrial que invista em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Conforme o Ministro Sérgio Rezende, das 70 mil empresas consultadas no país, apenas 3% realmente podem ser consideradas inovadoras. Segundo ele, a meta é fazer com que esse número chegue a 30% até 2022. Consequentemente, as patentes subirão de 400 para 4 mil ao ano.

Os números foram anunciados em palestra realizada nesta segunda-feira (26), durante a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal. Na ocasião, ele apresentou os resultados do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI) 2007/2009.

 

Aumento da produção

/Durante o discurso, o ministro disse que a política industrial corria em uma linha paralela com a política científica. Isto quer dizer que elas não se encontravam. O resultado foi o aumento da produção de artigos científicos no país – cerca de 30 mil em 2009, mas isso não refletiu no aumento da inovação nas empresas. “Faltou uma ação que promovesse o encontro entre as duas retas”, salientou.

Atualmente o Brasil é detentor de 95% dos artigos mundiais na área de agricultura e explora petróleo em águas profundas, todavia, conforme Rezende, o mesmo não ocorre em outros setores. Ele disse que foram realizadas diversas ações para promover o avanço da ciência e tecnologia no país, como o fortalecimento do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, a regulamentação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e as leis estaduais de inovação.

“O orçamento do MCT teve um aumento considerável. Ele saltou de R$ 4 bilhões em 2006 para R$ 7,9 bilhões em 2010. Os recursos destinados ao Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI) foram de R$ 41,2 bilhões, composto de 87 programas articulados pelo MCT em parceria com os Ministérios da Saúde, Minas e Energia e Educação, dentre outros”, afirmou.

Quanto ao PACTI, ele disse que em um primeiro momento envolveu a consolidação da ciência em âmbito federal, estadual e municipal por meio da formação de recursos humanos, investimentos em infraestrutura para centros de pesquisa, laboratórios, dentre outros. A ação foi realizada em parceria com as sociedades científicas.

O Ministro afirmou ainda que todos os avanços podem se creditados ao esforço dos 12 mil doutores e 40 mil mestres formados anualmente pelo país. Vale destacar que o número de mestres é dez vezes maior do que há dez anos. “Estamos em 13º no ranking internacional da produção científica”, informou e acrescentou que a meta é, até 2022, alcançar os 5% da produção científica mundial.

Sistema Sibratec

O Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) foi uma das grandes ferramentas para aproximar as universidades do setor empresarial. Entre 2007 e 2009, o Sibratec disponibilizou R$ 244 milhões para o desenvolvimento tecnológico e inovação nas empresas em todas as regiões do país.  

Segundo Rezende, são 14 redes temáticas que trabalham com manufatura de bens de capital, microeletrônica, eletrônica para produtos, energia solar fotovoltaica, plásticos e borracha, dentre outras. A meta é fazer com que as empresas saibam o que está sendo pesquisado no país.

 

Luís Mansuêto – Agência Fapeam

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *