Ciência deve ser aliada ao setor produtivo, afirma Raupp


 Natal (RN) 26/07/2010  –  Os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) são a saída para alavancar a parceria entre a ciência com empresas privadas, setor de serviços e indústrias, o que seria possível por meio de um sistema de produção de tecnologia industrial. Foi o que sugeriu o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antônio Raupp.  

A declaração de Raupp foi feita durante a solenidade de abertura da Reunião Anual da SBPC, que ocorreu no domingo (25/07), em Natal (RN). Ele disse que é preciso firmar uma aliança entre o conhecimento científico e a economia. “Provamos que podemos transformar dinheiro em ciência. Agora temos que provar que podemos fazer com que a ciência vire riquezas”, afirmou. 

Em um mundo globalizado, com negócios mais agressivos, segundo ele, é preciso aliar a alta qualidade à produção do conhecimento científico e tecnológico para atender às demandas da sociedade. Nesse sentido, os INCTs atuariam no processo de produção do conhecimento levando-o à cadeia produtiva.  

Produção científica  

Apesar de todos os avanços e investimentos promovidos no processo de ensino, conforme Raupp, o país ainda tem muito a fazer. Ele salientou que qualquer inclusão social passa pela educação.

Não é à toa que o Brasil ocupa hoje a 13ª posição no ranking de produção científica e tem cerca de 30 mil artigos científicos publicados, o que o coloca à frente da Rússia e da Holanda.  

 

“Avançamos nos setores agropecuário, petrolífero e aéreo por meio das pesquisas promovidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, Petrobrás e Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A. Precisamos de ações semelhantes para a Amazônia e para a exploração dos oceanos”, destacou.  

Ministro fala sobre investimentos

vspace=10Os avanços obtidos no âmbito científico, conforme o Ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, é o resultado dos investimentos feitos nos últimos oito anos pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Ele disse, por exemplo, que este é o quarto ano de execução das ações planejadas por meio do Programa de Aceleração da Ciência e da Tecnologia.  

“Não havia algo semelhante antes. Foi o primeiro. Poucos países do mundo fazem isso. As ações estavam alicerçadas na expansão da ciência, inovação tecnológica, áreas estratégicas e desenvolvimento social”, informou e, acrescentou que dos R$ 41 bilhões previstos para o setor científico, já foi utilizada quase a totalidade.

Durante a solenidade, o ministro, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Aragão, e o diretor da Financiadora de Estudos de Projetos (Finep), Fernando Ribeiro, assinaram a autorização para o lançamento de edital no valor de R$ 865 milhões.

Os recursos se destinam a criação de novos INCTs destinados a pesquisas relacionadas ao mar e ao pré-sal. Conforme Aragão, será realizada uma reunião com o comitê de coordenação do Programa dos Institutos para definir a data de lançamento e o número de editais.

A previsão é de que o encontro aconteça logo, pois o objetivo é lançar o edital esse ano.   “Nesse primeiro momento, foi apenas a autorização para utilização dos recursos provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT)”, disse.

Foto1 – Ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, destaca editais na solenidade (Foto Giovanna Consentini)


Luís Mansuêto – Agência Fapeam

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