Colóquio LBA-PDBFF debate sobre desmatamento da Amazônia

evento ocorre no dia 15 de maio no auditório do Bosque da Ciência/Inpa. Imagem: divulgação do evento.
O Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) e o Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) promovem, no próximo dia 15 de maio, no auditório do bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o colóquio “Desmatamento, Degradação e Fragmentação Florestal, quanto mais o ecossistema Amazônico aguenta?” com os palestrantes José Luís Camargo, do PDBFF, e Sâmia Nunes, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
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O objetivo do evento, que continua a série de colóquios promovidos pelo LBA e pelo PDBFF, é formular questões científicas sobre os indicadores do desmatamento e seus impactos, e a degradação florestal e suas consequências sobre o ecossistema. A ideia é promover um amplo debate sobre a capacidade da floresta de se regenerar, em especial frente à sequência de eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas.
“Queremos esclarecer melhor a situação atual da Amazônia em termos de desmatamento e degradação florestal e suas consequências sobre o ecossistema e esperamos que os participantes do colóquio saiam instigados a contribuir com a ciência por traz dos fatos, com a construção de políticas públicas para uma proteção mais efetiva da Amazônia e para a prevenção e mitigação de eventos extremos”, afirma Muriel Saragoussi do LBA.
PDBFF está instalado no Inpa
Sediado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o PDBFF mantém um dos mais completos bancos de dados acerca do efeito da fragmentação dos habitats sobre as formas de vida da floresta. Nos últimos 35 anos, pesquisadores e estudantes desse projeto se dedicam a estudar e avaliar os impactos da fragmentação da floresta amazônica sobre uma diversidade de espécies animais e vegetais, bem como sobre vários processos ecológicos e ecossistêmicos.
De acordo com José Luís Camargo, um aspecto chave dos estudos no PDBFF é que, antes da criação experimental dos fragmentos florestais, uma grande quantidade de dados sobre várias espécies foi coletada, criando uma linha de base a partir da qual é possível uma avaliação mais contundente dos efeitos da fragmentação.
“Conforme esperado, muitas espécies, grandes mamíferos, primatas, aves do sub-bosque e certos besouros, formigas, abelhas cupins e borboletas são altamente sensíveis à fragmentação e algumas delas desapareceram até mesmo dos maiores fragmentos da área de estudo”, explica José Luís Camargo.
O PDBFF tem uma dupla missão: determinar as consequências ecológicas do desmatamento e da fragmentação florestas sobre a fauna e flora na Amazônia e transferir a informação gerada a diferentes setores da sociedade para favorecer a conservação e o uso racional dos recursos florestais. Para cumprir sua missão, o projeto criou um programa de pesquisa para inventariar e monitorar a biodiversidade e suas respostas aos impactos provocados pela fragmentação que podem servir de modelo, testado, avaliado e ser exportado para outras Unidades de Conservação dentro e fora do país.
“Se somarmos desmatamento, degradação e fragmentação aos eventos de seca que vêm se multiplicando na última década, temos uma floresta cujo futuro pode estar ameaçado. Ou será que não?”, questiona Muriel Saragoussi
Monitoramento
O desmatamento da Amazônia tem sido monitorado de forma contínua desde 1988 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através do sistema PRODES, que verifica anualmente o desmatamento acontecido entre os meses de agosto de um ano e julho do ano seguinte. As taxas anuais são estimadas a partir dos incrementos de desmate identificados em cada imagem de satélite que cobre a Amazônia Legal.
A partir de maio de 2004, os dados do sistema de detecção de desmatamento em tempo real (Deter) geraram uma base confiável e rapidamente disponível para a tomada de decisão que, em associação ao Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal, permitiram ao país lograr reduções expressivas do desmatamento. “Este é um ótimo exemplo onde uma ciência de qualidade se associa à vontade política para mudar uma realidade”, diz Muriel Saragoussi.
Em novembro de 2014, os dados do DETER passaram a ser publicados somente a cada três meses, dificultando um acompanhamento efetivo por parte da sociedade com base nos dados oficiais. Esta informação tem sido suprida graças ao SAD – Sistema de Alerta ao Desmatamento, do IMAZON, cujo objetivo é “detectar, quantificar e monitorar, por meio de imagens de satélite, o desmatamento, a degradação florestal, a exploração madeireira, as estradas não oficiais e outras formas de pressão humana na Amazônia Legal”.
Liderado pelo Brasil, o LBA é o maior projeto de cooperação científica internacional já criado, com a meta de estudar as interações entre a floresta amazônica e as condições atmosféricas e climáticas em escala regional e mundial. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) é o responsável pelo gerenciamento do Programa, enquanto o Inpa responde pela coordenação científica.
Estrutura do evento
Como o objetivo do Colóquio é levantar questões científicas com a participação da sociedade, foram convidados como “Provocadores” a jornalista Kátia Brasil, do Portal Amazônia Real, e o pesquisador Francis Wagner, coordenador Geral da Pós-graduação Lato Sensu da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
A estimativa é de que participem 150 pessoas, entre pesquisadores, professores, alunos do INPA, UEA, UFAM, ULBRA, FAPEAM e cidadãos interessados no tema.
Serviço:
Colóquios LBA-PDBFF: “Desmatamento, Degradação e Fragmentação Florestal, quanto mais o ecossistema Amazônico aguenta?”
Dia: 15 de maio
Horário: 14h – 18h
Local: Auditório Bosque da Ciência, Av. Otávio Cabral, s/n – Aleixo, anexo ao Campus 1 do INPA
Informações pelo telefone 3643 3636
Ana Paula Freire, especial para o LBA/INPA