Com apoio do Governo do Estado, alunos desenvolvem pesquisa sobre plantas alimentícias não convencionais


“Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC’s) na Escola: Descobrindo Sabores e Saberes” foi um dos projetos apoiados pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), edital N° 004/2021. Em Manaus, alunos da educação básica, da Escola Estadual Sebastião Norões, na Zona Norte, prepararam bolos, panquecas, omeletes, saladas e geleias, a partir das plantas. 

De acordo com a coordenadora do projeto e professora de Ciências, Pollianna Almeida, os alunos coletaram, ao todo, nove espécies de plantas comestíveis que geralmente não são usadas com tanta frequência pela população. Entre as espécies identificadas pelos estudantes estão trapoeba, erva de jabuti, flor-do-guarujá, beldroega e caruru. 

“O trabalho consistiu em realizar pesquisa sobre o emprego na alimentação humana de plantas alimentícias não convencionais, buscando identificar as plantas com potencial alimentício, valor nutricional, propriedades funcionais e o resgate histórico regional”, explicou à coordenadora.

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Alunos desenvolvem pesquisa sobre PANC’s. Foto: Polliana Almeida- Arquivo pessoal

 

Segundo ela, as sementes, folhas, flores e talos das PANC’s são fontes de vitaminas, ferro e fibras, além de possuírem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Os benefícios para saúde encontrados na trapoeba, por exemplo, podem ser aproveitados no preparo de chá, sucos, vitaminas, sopas, saladas, risotos e bolos, conforme indicou a professora. 

Materiais recicláveis

Após coletadas, as espécies de plantas alimentícias não convencionais foram identificadas pelos próprios alunos do projeto, dentro do laboratório escolar. Os estudantes também confeccionaram vasos autoirrigáveis produzidos a partir de garrafa PET, barbante de algodão e estilete. Com isso, as mudas foram plantadas em vasos nos espaços verdes da escola. 

“Foi demostrado a comunidade escolar que espécies de plantas de crescimento espontâneo, com pouca exigência de condições climáticas e de fácil cultivo, podem ser introduzidas na alimentação diária, como fonte rica em nutrientes e sais minerais, sendo mais saudáveis, pois são livres de agrotóxicos. As PANC’s podem ser produzidas em hortas caseiras ou no horto escolar, utilizadas na merenda ou como forma de enriquecer a alimentação da população carente que possui poucos recursos”, enfatizou Pollianna. 

Aprovação das receitas

Baseado no desempenho das espécies plantadas foram elaboradas receitas utilizando as PANC’s que melhor se adaptaram ao cultivo em vasos. O potencial alimentício e nutricional das plantas foi apresentado à comunidade escolar através da degustação e aceitação das receitas por parte dos alunos e professores. 

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Estudantes produziram bolos, panquecas, omeletes, saladas e geleias, a partir de PANC’s. Foto: Polliana Almeida- Arquivo pessoal

No caso da panqueca de caruru recheada com carne moída e temperada com folhas de ora-pro-nóbis, o percentual de aprovação foi de 100%, considerando a avaliação de 52 pessoas. Já a omelete de folhas e talos de erva de jabuti alcançou aprovação de mais de 57%. 

Formação e apoio Fapeam

A equipe que desenvolveu o projeto foi formada por alunos do 8º e 9º ano do ensino fundamental, que realizaram as atividades da pesquisa, entre os meses de julho a dezembro de 2021. 

A coordenadora Pollianna Almeida classificou como essencial o apoio ofertado pela Fapeam, que resultou no sucesso do projeto, e agradeceu a oportunidade de ensinar aos alunos de forma inovadora. 

“Nós como professores somos responsáveis pela formação de nossos alunos, e o ensino por meio de projetos torna o educando protagonista no processo de ensino aprendizagem, instigando-os na busca por conhecimento em busca de soluções para problemas vivenciados no seu dia a dia”, relatou.  

Sobre o PCE

O Programa Ciência na Escola (PCE) é uma ação criada pela Fapeam direcionada à participação de professores e estudantes de escolas públicas estaduais do Amazonas e municipais de Manaus em projetos de pesquisa científica e de inovação tecnológica. 

Edição Recorde 2022 

Pelo quarto ano consecutivo, o Governo do Amazonas, por meio da Fapeam, recebe número recorde de propostas submetidas ao PCE. A Edição 2022 do Programa obteve 1.811 projetos inscritos por professores de escolas estaduais do Amazonas e municipais de Manaus, ultrapassando as marcas históricas alcançadas nas edições de 2019, 2020 e 2021 (767, 912 e 1.088 propostas, respectivamente). A divulgação do resultado final está prevista para ocorrer no mês de maio. 

Por: Tiago Auzier/Decon Fapeam

 

 

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