Comércio informal no Centro de Manaus é tema de livro


08/01/2013 – O comércio informal no Centro de Manaus é um dos principais problemas a ser enfrentado pelas autoridades do poder executivo na organização urbana da cidade. Uma análise dos fatores que dão origem a esse comércio foi realizada pelo mestre em sociologia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Márcio André Araújo de Oliveira, lançou um livro  ‘Trabalho informal e redes sociais: o camelô em Manaus’ que traça um cronograma histórico da atividade informal em Manaus.

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A obra foi publicada com recursos financeiros da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) por meio do Programa de Apoio a Publicações Científicas (Biblos) e é resultado da dissertação de mestrado do pesquisador intitulada ‘Trabalho informal e redes sociais: os camelôs da Praça da Matriz em Manaus’, baseada na curiosidade do então mestrando em conhecer o cotidiano dos trabalhadores informais e, também saber o porquê dessa opção de vida e trabalho.

A dissertação também foi realizada com financiamento da FAPEAM, por meio do Programa Institucional de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu (PosGrad), em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Oliveira informou que o estudo teve como marco histórico a reestruturação produtiva ocorrida na transição do século 20 para o 21, com o surgimento de novas relações de trabalho e o crescimento das atividades informais.

Polêmica

A obra apresenta os aspectos sociais e econômicos do exercício da atividade informal, atualmente criticado por causar transtornos nas vias públicas. “Dentro das relações do comércio informal há a formação de redes interativas entre pessoas que se articulam por meio dessa atividade. Essa rede de relações também foi alvo da pesquisa”, esclareceu Oliveira.

Na obra, há ainda a distinção de camelôs, ambulantes e invasores, a elucidação da formação de redes sociais por meio da interatividade entre os trabalhadores, além da estreita relação existente entre a formalidade e a informalidade.

“Há uma hierarquia e uma distinção muito forte promovida por eles mesmos e organizada pela prefeitura. Diante disso, observo que o camelô é o foco central, porém ele interage, formando uma rede com o ambulante e o vendedor de rua”, esclareceu o pesquisador.

Entre os conceitos informados no livro, está o conceito de camelô, que, segundo o pesquisador, é o vendedor que possui autorização da prefeitura para ocupar determinado local e desenvolver atividade comercial.

Segundo o pesquisador, o ambulante é o vendedor que possui autorização, mas vive em constante movimento. Já o invasor, é o vendedor que não possui nenhuma autorização e que, portanto, comercializa produtos em qualquer local.

“Nesse contexto, várias atividades são criadas entre os trabalhadores. Por meio dessa interação social, surge uma densa rede social formada desde a pessoa encarregada em dar segurança ao local, ao que guarda os produtos, ao que transporta, terminando nos compradores”, salientou o pesquisador.

Sobre o Biblos

Esse programa consiste em apoiar a publicação de livros, manuais, números especiais (temáticos) de revistas e coletâneas científicas nos seguintes suportes: papel, mídia eletrônica e digital.

Camila Carvalho – Agência FAPEAM

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