Comunidades do Tupé ganharão horto medicinal


Conhecer, valorizar e divulgar a sabedoria popular tradicional das comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé  sobre plantas de uso medicinal por meio da implantação de um horto medicinal comunitário.               

Foi com este foco que o projeto Biotupé teve sua proposta “Saberes e práticas locais sobre plantas de uso medicinal: promovendo a saúde, boas práticas agrícolas, resgate e valorização da cultura popular”, aprovada no Edital do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)/Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) de Apoio a Projetos de Extensão Tecnológica Inovadora para Agricultura Familiar. Tendo sido a única proposta do Amazonas aprovada.

          

Coordenado pela pesquisadora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Veridiana Vizoni Scudeller, o projeto visa possibilitar ao pequeno agricultor meios de produção baseado nos recursos florestais não madeireiros com fins medicinais, influenciados pelo crescente mercado à base desse tipo de planta. O horto medicinal funcionará como mantenedor e centro irradiador do conhecimento sobre plantas medicinais. Para isso, os pesquisadores contarão com o auxílio das escolas existentes nas comunidades da RDS.

           

Entre as atividades que serão realizadas por meio do projeto estão: intervenções educacionais e de assistência técnica, principalmente, a produção agrícola e extrativismo das espécies vegetais de uso medicinal; Implementação de sistemas participativos para a certificação e inspeção de produtos de origem vegetal; além de promover a organização comunitária, nos moldes de gestão participativa.



Projeto Biotupé – Coordenado pelo cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Edinaldo Nelson dos Santos Silva, o projeto reúne pesquisadores, professores e estudantes do INPA, UEA, Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Centro Universitário Luterano de Manaus (CEULM/ULBRA), além de colaboradores de outras instituições de fora do estado. As atividades são desenvolvidas na RDS do Tupé, a qual está localizada a Oeste de Manaus, distante aproximadamente 25 km em linha reta do centro da cidade.

           

Neste ano, o projeto foi premiado em dois concursos nacionais. O primeiro projeto foi o trabalho de criação de tambaqui em tanque-rede, o qual vem sendo desenvolvido desde 2006 com um grupo de sete famílias de comunitários da comunidade de São João do Tupé, paralelo com o projeto de beneficiamento de cupuaçu na comunidade Julião.

           

Segundo Santos, a experiência de criação de tambaqui foi reformulada e a proposta “Uso dos Recursos Naturais para Geração de Renda na RDS Tupé-Am: Cultivo de Peixes em Tanques-rede Ecológica e Economicamente Sustentável” foi apresentada, sob a coordenação da pesquisadora da Ufam, Cristina Belarmino de Oliveira, ao 11º Concurso Banco Real Universidade Solidária. “A Ufam foi a única instituição da região Norte a ter uma proposta aprovada”, disse Santos.

          

“Os recursos do prêmio permitirão que mais dois ciclos completos de criação de peixes sejam executados, os quais vão desde a aquisição dos alevinos até a comercialização dos peixes. Dessa forma é possível qualificar e organizar o grupo de criadores de tambaqui viabilizando a auto-gestão do negócio socialmente justo e ambientalmente correto”, comemorou.

           

O segundo trabalho premiado foi a proposta de “Um sistema autônomo de sustentável de captação de água e tratamento de esgoto para comunidades rurais da Amazônia”, o qual obteve o segundo lugar na categoria social do Prêmio Professor Samuel Benchimol/2007.

           
O projeto, apresentado pelos pesquisadores Edinaldo Nelson dos Santos Silva (INPA) e Veridiana Vizoni Scudeller (UEA), visa a promoção do acesso contínuo das populações rurais à água potável, além do tratamento de esgoto sanitário e águas residuárias por sistemas apropriados e adaptados à realidade local. 
“Esperamos que essas atividades sirvam de modelo e reflexão de que é possível promover o desenvolvimento social, ambiental e o econômico na Amazônia, desde que exista continuidade das ações dentro de uma filosofia preocupada com a autonomia e a capacidade de auto-gestão dos atores envolvidos”, finalizou Santos.

Ascom do Inpa

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