Confap discute apoio a projetos de extensão
Campo Grande (MS) – Incluir projetos de extensão universitária entre os programas de fomento das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) por meio de edital nacional em parceria com o Ministério da Cultura (MinC). Com essa proposta, teve início na manhã de quinta-feira (20), em Campo Grande (MS), a reunião técnica do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), que reúne representantes das 23 FAPs existentes no país.
A proposta foi apresentada em Campo Grande pelo secretário executivo adjunto do MinC, Gustavo Vidigal, que falou sobre as ações realizadas pelo ministério para estimular projetos de cultura e extensão universitária. “Para nós, a proposta de destinar recursos à cultura e extensão universitária é uma tentativa de democratizar o acesso à produção cultural do país”, justificou Vidigal.
Conforme ele, o primeiro edital lançado pelo MinC nessa área, em 2007, obteve 636 propostas de todo o país, apresentando uma demanda da ordem de R$ 15 milhões. Na ocasião, foram contemplados 50 projetos, com financiamento total de R$ 1,2 milhão. A edição 2009 do edital Proext, que deve ser lançada em 15 de setembro, já soma um montante de R$ 4 milhões.
Como eixo central para o fomento à extensão em parceria com as FAPs, Vidigal propôs a exploração das relações entre arte, cultura, tecnologia e desenvolvimento social, por meio de edital com chamada nacional e recursos da União Federal. Propôs ainda que as FAPs contribuíssem com a avaliação das políticas públicas já adotadas pelo ministério.
Durante a discussão da proposta pelo Confap, dirigentes de algumas FAPs – como Fapemig, Faperj, Fundação Araucária (Paraná) – citaram programas que já contemplam apoio a projetos culturais e artísticos de extensão. A discussão central, contudo, girou em torno da necessidade de se definir o foco dos projetos de extensão universitária que deveriam receber apoio das fundações de amparo estaduais, em caso de parceria com o MinC. Neste sentido, as interfaces entre pesquisa e extensão deveriam ser privilegiadas.
Para avançar no debate, o diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Odenildo Sena, sugeriu que o Confap tivesse representação no Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC), colegiado do Ministério da Cultura que propõe a formulação de políticas públicas para o desenvolvimento e o fomento das atividades culturais no país. A proposta foi aceita pelo Confap e será levada ao ministro da Cultura, Juca Ferreira, pelo secretário executivo adjunto, Gustavo Vidigal.
O presidente do Confap, Mário Neto Borges, encerrou o debate no final da manhã de quinta, sinalizando para a continuidade do diálogo com o ministério através de três pontos: a avaliação dos projetos de cultura e extensão já fomentados pelo MinC; a formalização da participação do Confap no CNPC, e a possibilidade de parceria com o ministério em programas que já estão sendo articulados com o Ministério da Ciência e Tecnologia para o fomento a espaços científicos e culturais que atuam na difusão científica.
“Queremos formalizar a participação do Confap no Conselho Nacional de Políticas Culturais e construir uma parceria para a formação de um sistema que possa trazer benefícios para as FAPs e para o ministério”, destacou Borges.
GT de Comunicação
A reunião técnica prosseguiu na tarde de quinta-feira (20) com a discussão dos modelos de parceria com órgãos federais. Em reunião paralela, os jornalistas que atuam nas FAPs elaboraram uma proposta de ação para o GT de Comunicação do Confap, que será instalado na manhã de sexta-feira (21). O GT surge para estudar e analisar temas relacionados à Difusão e Popularização da Ciência. O objetivo é fornecer subsídios para as decisões e ações deliberadas nos plenários do Confap nessa área. A instalação do GT de Comunicação está entre as principais deliberações que sairão da reunião técnica de Campo Grande.
Mirna Feitoza – Agência Fapeam
Enviada especial