Conhecimento do corpo auxilia nos cuidados à saúde


14/07/2010 – Associar o conhecimento popular ao conhecimento científico de anatomia, visando desenvolver ações preventivas de saúde é a proposta de uma pesquisa desenvolvida por cinco estudantes do curso de Medicina da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Sob orientação do professor da disciplina Fundamentos de Anatomia Humana da UEA, Willian Rafael, a ideia do projeto partiu do princípio básico do qual quem conhece o próprio corpo tem a capacidade de cuidar melhor do mesmo. “Esse é um tipo de estudo que é realizado em várias partes do mundo, ou seja, por meio do autoconhecimento podem-se direcionar melhor as ações sobre o individuo, principalmente quando se quer desenvolver campanhas educativas”, frisou.

De acordo com o professor, a pesquisa está sendo realizada por meio do Programa Estratégico de Apoio à Integração de Estudantes do Interior às Ciências da Saúde (IC-Saúde) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). “O programa tem se revelado promissor para o ‘fazer ciência’ no Amazonas. Atualmente, são mais de 90 alunos de graduação recebendo bolsas de pesquisa e orientação metodológica de como realizar estudos científicos”, informou.

O professor destacou, ainda, que o estudo tem um viés artístico, pois visa verificar, também, a questão anatômica produzida pela arte cabocla. Ele pontuou que vários artistas retratam a anatomia humana em suas artes plásticas. Por isso, quer realizar esse contraponto social e amazônico relacionado com a ciência.

Universo científico

Para o desenvolvimento do estudo, foram selecionados alunos de graduação em medicina oriundos do interior do Estado, que estão aprendendo a elaborar projetos, coletar bibliografias e conhecendo mais o universo da pesquisa.

A metodologia a ser utilizada será de pesquisa de campo. Os alunos terão que se deslocar à comunidade escolhida para análises e, por exemplo, fazer  abordagens com adolescentes que engravidam cedo. “Levaremos um modelo anatômico confeccionado para verificar, inicialmente, qual o nível de conhecimento existente nesta população. Adiantaremos algumas atividades educacionais e preventivas na saúde e depois tentaremos relacionar se esse alto índice de gestação dessas adolescentes está relacionado à falta de informação sobre os seus corpos”, explicou.

Segundo ele, a pesquisa está na fase final de planejamento, resta apenas a aprovação por parte do comitê de ética.

Avanço

vspace=10Rafael salientou que se alguém quisesse fazer “ciência” algum tempo atrás tinha que gastar dinheiro do próprio bolso. Ele disse que as bolsas eram limitadas e direcionadas, na maioria das vezes, aos finalistas de curso.

Tal procedimento, conforme Rafael, atrasava a formação de um pesquisador. Com a presença da FAPEAM, os alunos podem começar mais cedo a participar do universo científico. Com isso, tem-se a formação de uma geração mais crítica e também a produção de mais ciência, o que ajuda a desenvolver a região amazônica. “Os investimentos realizados desde a ciência básica até a aplicada na resolução de problemas é fundamental, porque é a ciência que faz a revolução. É a ciência que evolui uma sociedade”, enfatizou.


Sobre o IC-Saúde

Financiado pela FAPEAM, o IC-Saúde tem como objetivos  incentivar a concepção de pesquisa científica nos alunos da área da saúde (oriundos do interior), permitindo o acesso aos princípios teórico-metodológicos da iniciação científica mediante a construção de projetos de pesquisa; qualificar quadros para os programas de iniciação científica da Escola Superior de Ciências da Saúde e aprimorar o processo formativo; e estimular os professores/pesquisadores a engajarem estudantes de graduação em atividades de pesquisa, otimizando a capacidade de orientação à pesquisa da UEA.

                                            Carlos Fábio Guimarães – Agência Fapeam

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