Consecti e Confap:


O Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional, lançado no último dia 20 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é um marco na história do Pais. A avaliação é do presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Odenildo Sena. Ao lado de Alexandre Cardoso, presidente do Conselho dos Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti), Sena presidiu o Fórum Nacional das duas entidades, realizado nesta quinta-feira, no Hotel Castelmar em Florianópolis (SC).

    

Na avaliação de Sena, o PAC cria no Brasil a cultura de investimento em C, T&I, fundamental para o desenvolvimento de uma nação. “Qualquer país que pretende ser poderoso, ter competência, necessariamente deve investir em ciência, tecnologia e inovação. Nós sabíamos disso. Sabíamos, mas não acreditávamos que se tornasse uma realidade. Hoje, sabemos e acreditamos. Vivemos um momento excepcional e o PAC é apenas um exemplo dessa excepcionalidade”.

 

O presidente do Confap salientou que esse investimento requer ousadia, pois não traz resultados a curto prazo. “O PAC não se trata de um plano para atender o imediatismo. Os resultados começarão a aparece no mínimo quatro anos depois. Apostar nisso, portanto, é uma demonstração de coragem e ousadia”, disse Sena, destacando, ainda, a contribuição dos estados para esse novo cenário. “Ao lado da revolução que representa esse plano do MCT, há, na outra ponta, que também é excepcional, e que é nova no Brasil, os sistemas estaduais de C,T&I”.

 

Alexandre Cardoso, presidente do Consecti, destacou o lançamento do PAC de C&T afirmando que o momento é de “euforia”. “É a primeira vez que se pensa em investimentos para ciência e tecnologia para quatro anos”, afirmou. Para ele, o Brasil começa a olhar para o futuro ao investir em C&T. Cardoso fez um breve relato do programa “Perspectivas do desenvolvimento brasileiro e o papel estratégico do investimento em inovação”, apresentado por João Carlos Ferraz, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

 

Segundo Cardoso, é fundamental vincular iniciativas como essa às ações do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Para isso, é fundamental uma articulação política desses dois conselhos (Confap e Consecti) com o BNDES e com o prórpio MCT”, observou. Também presente à cerimônia, o vice-presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, Paulo Bornhausen (DEM-SC), instigou os secretários e dirigentes de FAPs presentes, afirmando que é preciso uma certa cautela na euforia.

 

Bornhausen afirmou que o PAC principal, que é o PAC de todos os PACs, até o mês de outubro, tinha uma execução orçamentária e financeira de menos de 10% do total previsto. “O Congresso Nacional tem feito um acompanhamento da execução do PAC principal e dos diversos PACs setoriais e constatou essa execução”. Segundo ele, o Governo Federal justifica esse percentual baixo pela falta de bons projetos, entre outras razões. “A iniciativa dos conselhos se faz necessária para que possamos ter uma reposta ao governo”, disse, referindo-se aos PACs.

 

Convênio – O Fórum Nacional Confap e Consecti contou ainda com a participação do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira; do secretário municipal de Planejamento de Florianópolis, Francisco Pereira; entre as autoridades. Ao final da solenidade, o representante do Sebrae/SC, Carlos Guilherme Sighieri, o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Diomário Queiroz, e o diretor de Inovação para o Desenvolvimento Econômico e Social da Finep, Eduardo Costa, assinaram o termo de convênio do Programa Pappe Subvenção no Estado.

 

PAC resgata o planejamento estratégico em C&T

 

Na avaliação do secretário de Estado da Ciência e Tecnologia do Amazonas, José Aldemir de Oliveira, membro do Consecti, o aspecto mais importante do PAC é resgatar a questão do planejamento estratégico nessa área fundamental, que é ciência e tecnologia. “E transformar o conhecimento em inovação, e, consequentemente, em desenvolvimento, pensando o médio e logo prazos”, disse. O segundo aspecto considerado por Oliveira diz respeito ao detalhamento do PAC.

 

“O plano é a perspectiva de mudar os paradigmas até então utilizados em C&T. Antes, os recursos eram direcionados para as instituições de ensino e pesquisa. Agora, estamos preocupados com inovação. É fundamental transformar conhecimento em produtos e processos e, mais que isso, em empregos e renda. Ou seja, o PAC aponta novos e promissores horizontes”, avaliou o secretário de C&T do Amazonas.

 

A consolidação dos sistemas estaduais de C&T, outro ponto destacado por Sena no fórum nacional do Confap e Consecti, foi ratificado por Oliveira. “O PAC reforça as ações dos estados. E nós temos que interagir fortemente onde for possível e ampliarmos as parcerias, porque não é possível fazer C&T sem a participação dos sistemas estaduais, das FAPs e das secretarias”.

Ana Paula Freire – Agência Fapeam

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