Pesquisa pretende contribuir com a conservação da espécie açaí-do-amazonas 


 Estudo permitirá melhoria e eficiência de programas de melhoramento genético, além do aumento da produtividade do açaí do Amazonas

Pesquisa pretende contribuir com a conservação da espécie açaí-do-Amazonas em Estados da Amazônia Ocidental

A pesquisadora Maria Teresa Gomes Lopes está desenvolvendo um estudo, com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no qual pretende utilizar marcadores microssatélites para analisar, identificar e caracterizar os recursos genéticos do açaí-do-amazonas.

O estudo finalizará em 2017 e irá gerar informações sobre a estrutura genética do açaí, possibilitando uma melhoria e eficiência de programas de melhoramento genético. Segundo a pesquisadora, com a análise e interpretação dos resultados obtidos da estrutura e diversidade genética do açaí-do-amazonas será possível um melhor entendimento da biologia da espécie.

“O importante das análises genéticas ao fornecer informações sobre padrões e níveis de diversidade genética dentro e entre populações de uma espécie é que elas nos permitem identificar subgrupos geneticamente “únicos” em toda a faixa de uma espécie, possibilitando a tomada de decisões de gestão. Assim, entender a estrutura e dinâmica da floresta tropical em geral é fundamental para interpretar os ecossistemas”, disse Maria Teresa Gomes Lopes.

Pesquisa pretende contribuir com a conservação da espécie açaí-do-Amazonas em Estados da Amazônia Ocidental

Estudo deve gerar informações sobre a estrutura genética das populações e possibilitar melhoria e eficiência em programas de melhoramento genético.

De acordo com a pesquisadora,​ que também é professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam)​, os primeiros marcadores utilizados em estudos de genética eram os morfológicos. Com os avanços científicos, foram desenvolvidas técnicas que utilizam marcadores genéticos úteis para auxiliar na identificação, caracterização e avaliação dos recursos genéticos vegetais.

“Para o açaí do Amazonas estamos utilizando o marcador microssatélite, porque essa metodologia permitirá gerar informação do polimorfismo das plantas amostradas em uma ou mais populações. A partir desses dados gerados, poderemos dar resposta a questões importantes dentro dos estudos de genética populacional, abordagens ecológicas e conservação”, disse Maria Teresa.

O estudo deve gerar informações sobre a estrutura genética das populações e possibilitar a melhoria e a eficiência de programas de melhoramento genético. Segundo a pesquisadora, com a análise e interpretação dos resultados obtidos da estrutura e diversidade genética (entre e dentro das populações) do açaí-do-amazonas será possível um melhor entendimento da biologia da espécie.

Aumento da produção 

O grupo de pesquisa da Universidade tem observado nas coletas realizadas nos diferentes municípios do Amazonas, que alguns produtores de açaí estão estabelecendo áreas de plantios da espécie, devido à alta demanda do produto a nível local e nacional. Essas áreas de produção estão sendo estabelecidas, na maioria das vezes, com um único material genético, o que poderia estar levando a uma perda da diversidade nessas novas populações.

Outro benefício do trabalho é a delimitação das áreas geográficas das espécies produtoras que permitem o beneficiamento do açaí. De acordo com a estudiosa, o grupo já visitou os municípios de Manacapuru, Novo Airão, Itacoatiara, Itapiranga, Parintins, Anori, Codajás, Coari, Tabatinga, Benjamim Constant e Atalaia do Norte. Ainda serão visitadas as cidades de Borba, Manicoré, Nova Olinda do Norte, Presidente Figueiredo, São Sebastião do Uatumã e Urucará.​

“Da mesma forma, foi observado o enriquecimento de áreas que já apresentam a espécie, sempre usando uma única planta. Essa possível perda da diversidade nas populações poderia afetar a capacidade de uma população a responder a mudanças ambientais e ter uma redução na aptidão devido a alguma depressão por endogamia”, contou a pesquisadora.

Francisco Santos / Agência Fapeam

Fotos: Acervo da pesquisadora

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