Construção de hidrelétricas na Amazônia é discutida em workshop


07/02/2011 – Compor uma agenda ambiental para discutir com o setor elétrico as tomadas de decisões sobre as construções ou não de hidrelétricas, a partir da montagem de uma rede de pesquisa específica na área de ictiologia foi o objetivo do workshop ‘Hidrelétricas na Amazônia’, que ocorreu durante o 19° Encontro Brasileiro de Ictiologia da Sociedade Brasileira de Ictiologia (SBI), finalizado na última sexta-feira, 4 de fevereiro, em Manaus.

Segundo a pesquisadora Gislene Torrente Vilara, o workshop serviu para mostrar que a SBI tem ferramentas eficientes para ajudar o setor elétrico na tomada de decisão sobre a construção de hidrelétricas. “Nós temos condições de dizer onde construir. Penso ser importante poder debater junto ao setor elétrico, não para impedir que a hidrelétrica seja construída, todavia, que tenha um modelo de sustentabilidade”, destacou.

A pesquisadora explicou que, nos dias atuais, não existem ordenamentos para que as hidrelétricas sejam construídas e, se eles existem, é um critério adotado somente pelo setor elétrico. “Observamos que tem hidrelétricas previstas para várias regiões, mas não possuem uma proposta de conservação de uma bacia ou de conservação de uma área contínua”, ressaltou.

Intenção é montar uma rede específica para a área de ictiologia

Para Vilara, o resultado do workshop mostrou que algumas questões internas precisam ser resolvidas, como a atuação de cada pesquisador e o que seria trabalhado em suas respectivas áreas. “Temos dois eixos de ação, o primeiro são as hidrelétricas em funcionamento. O segundo, seriam aquelas que ainda estão previstas para serem construídas ou já estão em fase de construção”, explicou.

A pesquisadora destacou que as construções que estão sendo feitas atualmente configuram uma questão que deve preocupar o Estado do Amazonas em termos de conservação e de uso da Região no sentido de garantir a nossa sustentabilidade.

Apoio da FAPEAM

Após reunião com a diretora-presidenta da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), Maria Olívia de Albuquerque, Vivara comentou que os resultados foram satisfatórios. “A presidente explicou para o grupo de pesquisadores de que maneira a instituição poderá atuar e ajudar esse grupo”, enfatizou.

Conforme a titular da FAPEAM, a fundação sempre está à disposição quando os polos científicos solicitam apoio para apresentação de propostas que são importantes. “É necessário que a instituição conheça projetos de pesquisa de médio e longo prazo, assim como aconteceu com os projetos da malária e biocosméticos”, citou.

De acordo com a presidente, a SBI procurou a FAPEAM para que fosse conhecida uma demanda de pesquisas temáticas que pudesse subsidiar a gestão de hidrelétrica. “Colocamo-nos à disposição para conhecer a proposta de fato”, explicou.

Conforme Simão, a partir da contextualização feita pelo grupo de pesquisadores, foi solicitado que um documento falando sobre a temática fosse encaminhado até à Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sect) e ao Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) para se verificar de que forma esse tipo de iniciativa, que é necessária ao País, pode ser apoiada, destacou.

  

Redação: Dalva Berquet

Edição: Fábio Guimarães – Agência FAPEAM

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