Contaminação de igarapés em Manaus é tema de pesquisa


03/01/2011 – A expansão urbana de Manaus, associada ao processo de desmatamento, uso não planejado do solo, emissões de efluentes líquidos industriais e resíduos descartados indevidamente são os principais responsáveis pelas modificações das características originais dos igarapés no entorno da cidade.

Atento à problemática, o biólogo do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sérgio Luiz da Silva desenvolveu o projeto ‘Análise Integrada de parâmetros ambientais, para avaliação dos níveis de contaminação nos igarapés das microbacias sob influências antrópicas, derivadas do município de Manaus-AM’, que busca quantificar os níveis de correspondência dos parâmetros ecotoxicológicos, biológicos, microbiológicos, químicos, físicos e físico-químicos dos igarapés da cidade.

De acordo com o pesquisador, que possui doutorado em Ciências Ambientais pela Universidade de Granada, na Espanha, alguns estudos já apontavam a poluição dos igarapés. “Em décadas passadas, algumas pesquisas indicavam o elevado grau de degradação em que se encontravam os igarapés urbanos de Manaus, principalmente devido à elevada carga de matéria orgânica despejada em suas águas. Estudos mais recentes comprovaram o estado de degradação destes ecossistemas por esgotos domiciliares, efluentes industriais e metais pesados”, afirmou.

Desenvolvimento da pesquisa

O projeto, financiado pelo Programa de Desenvolvimento Regional (DCR) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), desenvolve-se por meio de um programa específico para a aplicação de métodos estatísticos de análise multivariada e de modelos para obtenção de estimativas de parâmetros de controle ambiental. Imagens são também registradas por meio de recursos de mapeamento com material cartográfico, denominado Sistema de Análise Integrada de Parâmetros Ambientais para Sistemas Aquáticos (Saisa).

De acordo com Silva, o software Saisa integrará os dados e poderá ser utilizado pela comunidade científica local, estimulando outras iniciativas baseadas na autonomia e adequação dos recursos informáticos às necessidades da pesquisa científica. “Espera-se que os resultados finais sirvam de apoio para programas de gestão dos recursos hídricos, projetos epidemiológicos e sociais na região”, observou.

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Estímulo às pesquisas na área

O sistema de banco de dados integrado em rede, com diversos recursos de modelagem, estatística, mapeamento, entre outros, repercutiu de forma bastante positiva no grupo de pesquisa. “Os desdobramentos deste impacto terão reflexos futuros, provavelmente com o aumento qualitativo e quantitativo da produção científica neste grupo de pesquisadores”, previu.

Ainda segundo o pesquisador, o caráter de integração de dados, provenientes de diferentes indicadores ambientais, poderá servir como ferramenta na implementação de políticas, pesquisas e ações baseadas nos atuais conceitos da ‘Gestão Integrada das Águas e Resíduos nas Cidades’, recomendada pelo Ministério das Cidades.

Sobre o DCR/FAPEAM

O Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) consiste em apoiar com bolsas, passagens e auxílio, doutores titulados em outros Estados e no Amazonas, interessados em desenvolver pesquisas em instituições localizadas no Estado.

Para saber mais sobre outros programas da FAPEAM, acesse www.fapeam.am.gov.br

Foto2: Divulgação

Redação: Anamaria Leventi

Edição: Carlos Fábio – Agência FAPEAM

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