Cultura Sateré Mawé é resgatada com jogos e brincadeiras


02/06/11 – Pelo menos 30 estudantes indígenas, residentes na zona centro-oeste de Manaus, farão parte do projeto ‘Cultura Corporal: o estudo dos jogos e brincadeiras tradicionais na comunidade indígena Wahuit – y’apyrehy’t Satere-Mawé no bairro do Santos Dumont’, com o objetivo de resgatar a identidade e incentivar as crianças e adolescentes a terem carinho pela própria cultura.

O projeto inicia no mês de junho e será financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) em parceria com a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc), via Programa Ciência na Escola (PCE).

Segundo o coordenador, Jhones Rodrigues Pereira, mestrando em Educação pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a comunidade sofre com inúmeros problemas de infraestrutura e valorização da identidade cultural, embora tenha suas próprias articulações para preservar o patrimônio material e imaterial.

 Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook

 “É nessa perspectiva que vamos trabalhar nessa pesquisa. O projeto surgiu da necessidade de criar políticas públicas educacionais para as populações indígenas da área urbana de Manaus”, ressaltou.

O projeto será recebido dentro das salas de aula na escola/centro cultural da comunidade, com a inserção dos jogos e brincadeiras como prática pedagógica.

align=rightEm fase de implementação, o projeto recebeu R$ 4,8 mil da Fapeam e Seduc, por meio do Programa Ciência na Escola. Nesse primeiro momento, de acordo com o coordenador, estão sendo realizadas pesquisas de campo, entrevistas abertas e aulas dinâmicas, sempre respeitando o ritmo da comunidade.

Junto com os alunos da Escola Estadual Santo Antônio são estudadas as referências bibliográficas voltadas ao tema. Além do coordenador, fazem parte do projeto cinco alunos do Ensino Médio, que atuam como apoio administrativo.

Nesta sexta-feira, 3 de junho, acontecerá a Mostra de Projetos da Escola Estadual Santo Antônio, às 15h, onde toda a equipe fará a divulgação do projeto.

Sobre o PCE
O Programa Ciência na Escola, mantido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) em parceria com as secretarias de Educação Estadual (Seduc) e Municipal (Semed) e a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect) é um programa voltado a apoiar a participação de professores e estudantes dos ensinos Fundamental, Médio ou da Educação Profissional de Jovens e Adultos em projetos de pesquisa desenvolvidos nas escolas públicas municipais e estaduais do Amazonas.

vspace=10

 

Os Sateré-Mawé

Ao longo de sua história, já receberam vários nomes, dados por cronistas, desbravadores dos sertões, missionários e naturalistas: Mavoz, Malrié, Mangnés, Mangnês, Jaquezes, Magnazes, Mahués, Magnés, Mauris, Mawés, Maragná, Mahué, Magneses e Orapium. Autoden

ominam-se Sateré-Mawé. O primeiro nome – Sateré – quer dizer ‘lagarta de fogo’, referência ao clã mais importante dentre os que compõem essa sociedade, aquele que indica tradicionalmente a linha sucessória dos chefes políticos.

O segundo nome – Mawé – quer dizer ‘papagaio inteligente e curioso’ e não é designação clânica.

A língua Sateré-Mawé integra o tronco linguístico Tupi. Segundo o etnógrafo Curt Nimuendaju (1948), ela difere do Guarani-Tupinambá. Os pronomes concordam perfeitamente com a língua Curuaya-Munduruku, e a gramática, ao que tudo indica, é tupi. O vocabulário mawé contém elementos completamente estranhos ao Tupi, mas não pode ser relacionado a nenhuma outra família linguística. Desde o século 18, seu repertório incorporou numerosas palavras da língua geral.
Os homens atualmente são bilíngues, falando o Sateré-Mawé e o português, mas a maioria das mulheres, apesar de três séculos de contato com os brancos, só fala a língua Sateré-Mawé.

 

Alessandra Karla Leite – Agência FAPEAM

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *