Curso de Jornalismo da Ufam de Parintins publica segunda edição da Revista Mutações
18/02/2011 – ‘Contextos da Diferença: Tecnologias, Política e Cotidiano’ é o tema da segunda edição da Revista Mutações, produzida pelo curso de Comunicação Social/Jornalismo, do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam/Parintins).
A publicação é resultado de atividades do projeto de extensão do Programa de Extensão de Atividades Curriculares (Pace) da pró-reitoria de Extensão e Interiorização desenvolvidas no segundo semestre de 2010 naquele município.
O periódico adotou o Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER), traduzido e adaptado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), que utiliza uma plataforma de software livre do Public Knowledge Project, da Universidade de British Columbia, Canadá.
A Proposta da Revista
A proposta editorial da Revista Mutações tem como referência os temas gerais que abrangem comunicação, cultura e a linguagem, marcação que resultou de uma primeira avaliação do corpo editorial no sentido de desenhar as características definidoras do projeto editorial. Nesse movimento os editores entenderam que seria propício instigar uma reflexão sobre o contexto político das eleições 2010. Vale dizer que o quadro sugerido incluía as diversas facetas da política, ou seja, das dinâmicas próprias aos campos de luta ou de poder.
Foram apresentadas reflexões, artigos, e outras modalidades de escrita que se enquadravam nas seções da revista. O quadro intitulado Ensaios e Reflexões, por exemplo, foi criado diante de uma necessidade prática de pensar as tensões referentes à nossa realidade vivenciada nos espaços das instituições formais e não formais. Esta seção inclui um trabalho etnográfico de alunos do primeiro período do curso de jornalismo da UFAM, que propôs uma reflexão sobre a exclusão social vivenciada pelos ‘moradores de rua’.
Essa ampliação deixa a marca de confirmação da importância da revista, não somente como um objeto de leitura ou campo de escrita, mas como um convite para o pensar e, quem sabe, para uma ação transformadora, mutante capaz de quebrar, provocar fissuras e angustiar.
A Segunda Edição
Para dar conta das múltiplas problemáticas existentes no campo político e social, a segunda edição traz como colaborações na seção de artigos específicos na área da comunicação o texto ‘Reflexos Online das Novas Tecnologias na Comunicação: uma análise de sua inserção política, algumas ferramentas e a problemática da exclusão digital’, de Lívia Barletta Giacomini, que faz uma análise das TICs no campo político em face da digitalização da vida; Marcelo Radichi, em ‘Excertos Ácidos: um ensaio sobre a capoeira a partir de algumas obras da Teoria Crítica’, propõe uma reflexão à luz dos teóricos Adorno e Horkeheimer sobre a emancipação humana no contexto capoeirano, a emergência de problemas como a violência e o isolamento que, muitas vezes, redundam de uma política de violência entre grupos distintos;
Carla Pires Vieira da Rocha, com a temática ‘A Comida como Eixo Estruturador de Identidades e Meio de Comunicação’, propõe uma leitura da comida a partir de uma ótica de identidade nas diferentes sociedades, bem como sua importância enquanto prática comunicacional; Antônio Picanço Fonseca, com o tema ‘Turismo e Populações Tradicionais Amazônicas: comunicação turística e memória’, discute a inserção de comunidades ribeirinhas amazônicas frente à modalidade do turismo de massa, seu esgotamento, assim como os problemas enfrentados pela falta de planejamento nesse processo.
Na seção inaugural ‘Ensaio e Reflexões’, com uma investigação mais ampla da política, Alexandro Medeiros, em um reexame das obras ‘A República’, de Platão e ‘Política’, de Aristóteles, discute como a ética tem se inserido no campo da política na sociedade brasileira atual; Dirceu Nogueira da Gama, Michelli Luciana Massolini Laureano, Patrícia dos Santos Trindade, Raimundo Inácio Costa Pinto e Renato Izidoro da Silva analisam a relação intrínseca estabelecida entre currículo, cultura e universidade e como a cultura se configura no espaço universitário, cujos saberes se apresentam de forma sistemática e erudita;
Ignês Tereza Peixoto de Paiva, em ‘Questões sobre o Olhar Individual e o Olhar do Outro’, levanta questões sobre o olhar individual e o olhar do outro, numa discussão sobre a importância da subjetividade no processo de formação de conceitos sobre o mundo e sobre si mesmo e como isso se dá nas práticas cotidianas escolares na construção de identidades; e por fim a Etnografia ‘Quando a Casa é a Rua’, produzida pelos alunos de Jornalismo do primeiro período, do Campus de Parintins, que retrata a situação de moradores de ruas na área urbana do município de Parintins, revelando a desigualdade, o abandono e a exclusão social, um quadro cada vez mais crescente nas cidades do interior da Amazônia.
Em ‘Visualidades’, com ‘Panorâmicas’ Iury Bueno e os alunos do quinto período de jornalismo do Campus de Parintins apresentam fotografias que mostram as múltiplas facetas da urbanização típica de cidades da Amazônia, tendo como mostra imagens da realidade e do cotidiano parintinenses.
Na seção ‘Resenhas’, Igor Braga e Helder Ronan debatem, respectivamente, os temas ‘O Homem e os Meios’, numa releitura da obra clássica de Marshall Mcluhan ‘Os Meios de Comunicação com Extensões do Homem’ e a ‘Ficção do Humano’, sobre o filme de Chico Xavier, baseado na obra do jornalista Marcel Souto Maior, ‘As vidas de Chico Xavier’.
E por fim, como Reportagem Especial, a Mutações traz ‘Povos indígenas sem liderança política’ , numa abordagem das principais dificuldades da constituição de representatividade política das populações indígenas no Amazonas’.
Para acessar a revista, clique http://www.relem.info/index.php/relem/index
Agência FAPEAM
(Com informações de Soriany Neves)