Dia Mundial da Água traz à tona reflexões sobre preservação ambiental


22/03/2011 – Os maus-tratos ao meio ambiente ainda são um problema a ser resolvido pela população mundial, incluindo a cidade de Manaus. No Dia Mundial da Água, comemorado nesta terça-feira, 22 de março, especialistas e pesquisadores que estudam este recurso na região apontam que a conscientização ainda é o melhor caminho para que haja mudanças na relação entre o homem e a natureza. 

Uma das defensoras desse conceito é a pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Sandra Zanoto, que ressalta sua preocupação com as ações de proteção das fontes naturais da cidade de Manaus, devido não haver políticas efetivas contra a agressão do homem à natureza.

Um exemplo de desrespeito ao meio ambiente, segundo a pesquisadora, foi a construção de um shopping na zona urbana da cidade em cima de uma fonte natural de água. Para Zanoto, apesar da realização de um estudo sobre os impactos ambientais no local, não foi possível evitar a agressão. “Qualquer construção que afete os recursos hídricos tem impactos irreversíveis ao meio ambiente”, afirmou.

O Polo Industrial de Manaus (PIM), apesar de importante para o desenvolvimento do Amazonas, também contribui com a contaminação da água dos igarapés devido ao despejo de metais pesados diretamente nos cursos d’água. “O ideal é que a indústria tenha um local apropriado para o tratamento de efluentes específicos, fiscalizando e monitorando o destino correto do lixo industrial”, afirmou Zanoto.

Por outro lado, ações como as realizadas pelo Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim) vêm contribuindo para que a cidade mantenha sua área verde. “Uma conscientização ambiental é fundamental. Assim, a utilização correta dos recursos hídricos será bem mais fácil”, complementou.

Como forma de contribuir para a ampliação do conhecimento e preservação dos recursos hídricos da região uma série de estudos foram e estão sendo desenvolvidos em diversas instituições de ensino e pesquisa. Um fruto dessas ações é o  Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia: Centro de Energia, Ambiente e Biodiversidade (INCT/Ceab), vinculado à UEA e financiado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e  do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT).

Entre as atividades desenvolvidas pelo INCT estão pesquisas e ações voltadas à ampliação das discussões sobre a qualidade e contaminação da água no Estado e os impactos ambientais provocados pelo homem, trocando experiências inclusive com especialisats de outras regiões do País. 

Legislação

vspace=10Um fator negativo é a própria legislação brasileira que, de certa forma, contribui para essa problemática ao liberar a construção de edifícios e condomínios ao longo das calhas dos rios e igarapés de Manaus, por conta disso, pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam) cerca de 100% dos igarapés da capital do Amazonas estão contaminados.

Para a pesquisadora Sandra Zanoto, a ausência de uma relação equilibrada entre os políticos e as instituições de ensino e pesquisa reflete toda essa realidade vivida pela população. “Vivemos na maior bacia hidrográfica do mundo, e não podemos desperdiçar esse recurso natural finito, porque um dia ele poderá acabar. As pessoas devem ter noção disso”, concluiu.

Saiba mais sobre o Dia Mundial da Água

 

O Dia Mundial da Água foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 22 de março de 1992. O dia é destinado à discussão sobre os diversos temas relacionados a esse importante bem natural, cujo objetivo principal é obter reflexões e análises sobre o tema e buscar a conscientização e a elaboração de medidas práticas de preservação da água.

 

Leia mais sobre o assunto aqui.

 

 

Sebastião Alves – Agência FAPEAM

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