Difusão do conhecimento científico é tema de workshop internacional


Especialistas debatem como as mídias digitais, a exemplo das bibliotecas virtuais, podem intervir no processo produção, armazenamento, difusão e utilização do conhecimento

Em um mundo onde a informação pode ser acessada a partir de qualquer terminal conectado à rede mundial de computadores, a Internet, gerenciar o processo de gestão de conhecimento científico tem sido um desafio para pesquisadores das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Desafio, inclusive, para a produção, o armazenamento, a difusão e a utilização do conhecimento produzido pelos grandes projetos e Institutos de Ensino e Pesquisa (IEP’s) da Amazônia e do país que buscam um modelo de difusão do conhecimento simples e compreensível.

Para o cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), José Laurindo Campos dos Santos, a resposta para a pergunta passa pela elaboração de ferramentas que permitam à comunidade científica a disseminação do conhecimento, o que é possível por meio das TICs. Ele diz que, apesar de haver muita produção de conhecimento, é preciso analisar, sintetizar e gerenciar o que será disseminado.

Na vanguarda das discussões sobre a temática, pesquisadores da Amazônia realizam o workshop internacional “Gestão do Conhecimento & Tecnologia da Informação: Comunicação ao Alcance dos Programas Científicos da Amazônia”, no próximo domingo (16), a partir das 9h, no Studio 5 Centro de Convenções, em Manaus.

Especialistas de áreas como informática, ciências da informação, cientistas e profissionais que trabalham com o gerenciamento do conhecimento científico, já confirmaram participação. A idéia dos organizadores é possibilitar aos participantes um debate sobre as visões dos especialistas para, ao final do encontro, discutir elementos que possam nortear os projetos de pesquisa na disseminação e gestão do conhecimento. “Nosso propósito é uma abordagem multi, inter e transdisciplinar”, explica José Laurindo Campos dos Santos.

Durante o encontro, será discutido de que forma tecnologias como repositórios institucionais, bibliotecas digitais, portais Web e trabalho colaborativo apoiado por computador podem intervir no processo produção, armazenamento, difusão e utilização desse conhecimento.

Apoiado pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (SECT), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Fundação Djalma Batista (FDB), o evento também reunirá experiências e cientistas dos três grandes programas do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) na Amazônia – Pesquisa em Biodiversidade (PPBio); Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA); Rede Temática em Modelagem Ambiental da Amazônia (Geoma) – para o delineamento de uma plataforma piloto para investigação e gestão do conhecimento. Também antecede conferência internacional “Amazônia em Perspectiva: Ciência Integrada para um Futuro Sustentável”, que será realizada no período de 17 a 20 de novembro, no Studio 5.

“Queremos estar na vanguarda deste processo. No futuro, daqui a cinco ou dez anos, quando a comunidade científica demandar por um ambiente de gestão, estaremos à frente. Ou seja, o Inpa poderá oferecer ferramentas de compartilhamento do conhecimento científico, as quais passam pela tecnologia da informação, comunicação, modelagem, etc. Hoje, o país está engatinhando neste processo por falta de instrumentos para gerir a fase posterior da produção do conhecimento”, explica Laurindo Campos.

Para ele, a idéia de gestão do conhecimento passa pela questão da disseminação em larga escala e, conseqüentemente, pelo conhecimento técnico, o qual requer interpretação de códigos, termos técnicos por parte de diferentes consumidores. Este, de acordo com Laurindo Campos, é o maior desafio a ser superado.

Luís Mansuêto – Agência Fapeam

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