Doutora em Biotecnologia fala sobre os avanços da tecnologia de alimentos


Doutora em Biotecnologia, a pesquisadora contou que começou a atuar muito cedo na área científica, ainda na graduação. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM.

Doutora em Biotecnologia, a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Francisca das Chagas do Amaral Souza, contou que começou a atuar muito cedo na área científica, ainda na graduação pelo Programa de Iniciação Científica Júnior (Pibic Jr.). Ela afirmou que se encantou com a área e o romance já dura mais de 20 anos.

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A persistência e a dedicação no descobrimento do potencial dos alimentos tipicamente amazônicos lhe ajudaram a chegar ao posto que ocupa atualmente de líder do Grupo de Alimentos e Nutrição na Amazônia.

Em entrevista concedida à Agência FAPEAM, ela lembrou que antes os alimentos amazônicos eram descartados e a tecnologia de alimentos não ocupava o posto de destaque que tem atualmente. Com a pesquisa o quadro mudou e hoje os alimentos são utilizados pelos benefícios proporcionados ao organismo humano. Conforme Souza, as indústrias alimentícias também voltaram os olhares para a região amazônica.

Agência FAPEAM – Como foi o seu despertar para a área de tecnologia de alimentos?

Francisca Souza – Comecei muito nova. Ao participar de um projeto como estudante do Programa de Iniciação Cientifica Júnior (Pibic Jr.), encantei-me com a área, principalmente ao descobrir o potencial dos alimentos tipicamente amazônicos. Muitos deles antes eram descartados. Com a pesquisa podemos mostrar como podem ser utilizados e os benefícios que os mesmos têm para o organismo humano.

AF – Como a senhora analisa a área de tecnologia de alimentos no Amazonas?

Francisca Souza – Está em constante crescimento, principalmente depois da criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), que propiciou vários meios de incentivo aos pesquisadores e aos futuros pesquisadores.

Por exemplo, vejo o projeto de Pibic Jr. como essencial para a formação de novos cientistas, uma vez que sensibiliza o aluno para o trabalho científico.

Acredito que a pesquisa é feita para a população. Todos devem tirar “proveito” dela. Muito do que pesquisei está nos artigos (17) publicados em periódicos especializados, resumos (97) de trabalhos publicados em anais de eventos.

No caso das pesquisas em tecnologias de alimentos, descobrimos cada vez mais a potencialidade dos alimentos para o tratamento de doenças.

Francisca Souza trabalha há mais de 20 anos com tecnologia de alimentos. Foto: Érico Xavier/Agência FAPEAM.

AF – Como está o mercado na área de tecnologia de alimentos?

Francisca Souza – Atualmente, vejo que o mercado de trabalho está melhorando, entretanto ainda sim tem poucas pessoas voltadas para análise de alimentos. A falta de incentivo é um dos problemas, apesar dos incentivos dados pela FAPEAM.

Com a FAP, nossa estrutura melhorou muito. Temos equipamentos modernos de alta tecnologia para realizar instrumentação em química analítica moderna, cujas técnicas se baseiam, principalmente, em cromatografia líquida (análise de vitaminas) e gasosa, e de absorção atômica (análises de minerais), necessários para a realização da pesquisa.

A FAP concede bolsas de pesquisas para a capital e para o interior do Amazonas, projetos são aprovados. Tive três pesquisas contempladas. Sentimo-nos mais seguros, pois facilita o desenvolvimento das pesquisas.

AF – O que a senhora acredita que deu esse “folego” para a área de tecnologia de alimentos?

Francisca Souza – A instalação de indústrias na região amazônica ajudaram no processo, consequentemente grandes empresas alimentícias a voltar os olhares para as nossas frutas e peixes. O resultado é a oferta de mais vagas para os profissionais atuarem, principalmente no desenvolvimento de novos produtos. Oriento vários alunos e temos cinco produtos esperando a conclusão do processo de patentes.

AF – Como uma empresa faz para ter acesso a essas pesquisas?

Francisca Souza – As pesquisas quando testadas e finalizadas ficam no setor de Extensão do Inpa, à disposição das empresas para realizar a transferência de conhecimento técnico ou científico. Esse processo torna disponível para indivíduos, empresas ou governos habilidades, conhecimentos, tecnologias, métodos de manufatura, tipos de manufatura e outras facilidades.

O Inpa nos assegura que o desenvolvimento científico e tecnológico seja acessível para uma gama maior de usuários que podem desenvolver e explorar a tecnologia em novos produtos.

 

 

 

 

Adriana Pimentel – Agência FAPEAM

Edição Luís Mansuêto

 

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