Economia verde: como usar a natureza respeitando seus ritmos


Natal (RN) – 29/07/2010 – “Não existe sociedade sem sistema ecológico, mas existe meio ambiente sem sociedade e economia”. Esta foi a afirmação do professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Clóvis Cavalcanti, ao falar sobre o tema “Economia verde: como usar a natureza respeitando seus ritmos”, durante Conferência na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência”, na última  quarta-feira, 28/07.

O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, que é membro fundador da Sociedade Internacional de Economia Ecológica, defende a ideia da economia verde, destacando que o crescimento sustentável é considerado uma impossibilidade, ou seja, nada cresce sem os limites da natureza. “O crescimento exponencial termina sempre em desastre”, frisou.

vspace=10Segundo ele, valores em dinheiro podem sim crescer geometricamente, mas geram possíveis “bolhas”, transformando-se em grandes crises, tal como a vivenciada recentemente nos Estados Unidos. “Há, constantemente, confusão entre crescimento e desenvolvimento, no sentido de evolução, transformação e promoção da vida”, disse.

Cavalcanti ressaltou que preocupações quanto aos sistemas de apoio à vida não são parte inerente do modelo de crescimento, pelo contrário são tratadas como entraves, barreiras ao desenvolvimento.

Economia Verde

O pesquisador apontou a economia verde, tal como a valorização de serviços ambientais, no caso da Amazônia, como uma das alternativas para a utilização da natureza, respeitando os limites ambientais. Isso ajuda a emperrar o hiperconsumismo desenfreado, gerado pela facilidade de crédito no mercado brasileiro.

“Na verdade, se o desenvolvimento não for sustentável, o que significa ser insustentável, não será desenvolvimento”, pontuou. “Tal é o sentido de uma economia verde: usar a natureza, com o foco nos limites dela. Qual o problema para que isso não aconteça?”, finalizou, deixando a pergunta no ar.

 

Foto 1  – Clóvis Cavalcanti durante explanação na SBPC (Foto: Gionanna Consentini)

 

Cristiane Barbosa – Agência Fapeam

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *