Economistas avaliam crise do capitalismo na SBPC


Os economistas Fernando Carvalho (UFRJ) e Alberto Guimarães (ICH) palestraram na manhã de quarta-feira (15/7) na 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece em Manaus, no campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) até a sexta-feira (17/7). O tema foi “A crise atual e os dilemas do capitalismo”, sendo o foco principal dos pesquisadores a questão da quebra dos bancos e suas consequências em todo o globo.

Carvalho destacou a existência de três paradigmas atualmente. Um relacionado à crise na liquidez dos mercados, outro referente à desvalorização das moedas mundiais e o terceiro relacionado à quebra de instituições multinacionais. “O que está ocorrendo hoje é que a crise gera um impacto real na economia, não é apenas uma questão para quem aplica na Bolsa se preocupar”, ressaltou ele, que  fez doutorado pela State University oj New Jersey (EUA).

Guimarães salientou a problemática do desemprego, que hoje atinge todos os países do mundo, segundo ele, tanto pelo crescente número de pessoas que necessitam de uma vaga de trabalho quanto pela questão salarial. O economista afirmou que o crescimento na inadimplência é fruto da renda baixa das populações, que não têm mais o poder de compra que possuíam nos anos 1980 e 1990, tudo por conta da crise.

Os três problemas principais gerados pelo desaquecimento abrupto dos mercados de capitais de todo o planeta, sobretudo nos Estados Unidos foram a retração no crédito, o estrangulamento de empresas que estavam emergindo ou mesmo as mais tradicionais e a retração na demanda da compra. “Tudo isso fez com que a crise se alastrasse”, disse Carvalho. “A primeira crise acabou, o que estamos vivendo no momento é uma segunda de acontecimentos. Daí, temos de nos perguntar se conseguiremos crescer após a depressão”, destacou o economista, que debateu com a plateia sobre os modos como o Brasil está enfrentando o problema.

Nesse contexto, foi ressaltado que o Brasil inicialmente não foi atingido em cheio pela crise. Mas vários setores sofreram com a contração de crédito e, em seguida, pela queda das exportações e da demanda interna, que foi o "motor" do crescimento do país nos últimos dois anos.
 
Sobre a crise
A crise financeira que começou há mais de um ano nos Estados Unidos como uma crise no pagamento de hipotecas se alastrou pela economia e contaminou o sistema mundial. Diversos bancos americanos apresentaram perdas bilionárias, outros chegaram a quebrar. Na Europa também há vítimas. 
 

Renan Albuquerque – Agência Fapeam

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