Editora Inpa vai lançar guia sobre plantas


Estudantes, professores e especialistas em botânica e outras áreas agora têm disponível para consulta o “Guia para as Briófitas Epífilas da Amazônia Central”. Esta é a primeira síntese sobre a diversidade das briófitas epifilas (que vivem na superfície de folhas) nessa região Em edição bilíngüe (português e inglês), o guia fornece chaves de identificação, descrições e ilustrações de 67 espécies pertencentes a 35 gêneros ocorrentes na Amazônia Central, muitas das quais foram encontradas durante a preparação da obra.

Briófitas são plantas pequenas, geralmente com alguns poucos centímetros de altura, que vivem em lugares úmidos e sombrios. Diversos estudos têm demonstrado sua importância ecológica em áreas, por exemplo, de ciclagem de nutrientes, fixação de nitrogênio, visto que sua perda com a destruição e alteração da floresta poderá ocasionar complexas mudanças na dinâmica dos ecossistemas.

O livro é o resultado da tese de doutorado do pesquisador Charles E. Zartman, desenvolvido no âmbito do Projeto de Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), um convênio entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Instituto Smithsonian, e foi produzido em co-autoria com a cientista Anna Luiza Ilkiu-Borges, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).

Editado pela Editora Inpa e com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o guia contém informações taxonômicas (classificação dos seres vivos) importantes ao estudo de epifilas das florestas úmidas da América do Sul.

A importância ecológica das briófitas também se revela em sua habilidade para absorver água e nutrientes do ambiente, além de serem indicadores das condições ambientais, especialmente dos níveis de umidade. “Briófitas são sensíveis aos distúrbios ambientais, particularmente no caso das espécies de briófitas que vivem na superfície de folhas, denominadas epifilas”, dizem os autores.

Apesar das funções desempenhadas na natureza pelas briófitas, segundo os autores, as informações sobre elas ainda são incipientes. Isso se deve a falta de ferramentas para a sua identificação, contudo sua alta diversidade tem chamado a atenção dos ecólogos tropicais.

A chave e as descrições botânicas foram baseadas em aproximadamente duas mil amostras coletadas, principalmente, em áreas administradas pelo PDBFF. Os levantamentos foram feitos a 67 quilômetros a norte de Manaus. O local é caracterizado como uma floresta tropical sazonalmente seca com uma complexa arquitetura de árvores que alcançam até 45 metros de altura. Além disso, todos as espécies examinadas encontram-se depositados no Herbário do Inpa.

De acordo com os autores, as briófitas são muito comuns e altamente diversas nas florestas tropicais, mas ainda muito pouco conhecidas taxonomicamente. A dificuldade é explicada pela alta diversidade e o microscópico tamanho das briófitas epifilas, que em particular desafiam a habilidade para compreender seus padrões de diversidade e abundância nos neotrópicos.


Luís Mansuêto – Agência Fapeam

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