Emissões de queimadas controlam a composição da atmosfera amazônica
Um estudo realizado por pesquisadores do Experimento de Grande Escala da Biosfera Atmosfera na Amazônia – LBA, programa coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) concluiu que as mudanças de uso do solo na Amazônia vão muito além da troca de floresta por áreas de pastagem e cultivo, apontando para impactos ambientais mais profundos no ecossistema amazônico e possivelmente no clima de outras regiões do Brasil. Significa dizer que o papel das queimadas, por exemplo, acaba tendo uma importância muito maior do que se imagina. Na medida em que provoca o aumento da concentração de aerossóis e de gases traço na atmosfera, sobretudo na estação seca, as emissões de queimada acabam por afetar os mecanismos naturais de uma série de processos atmosféricos na região.
Os aerossóis são partículas que ficam em suspensão na atmosfera, podendo estar tanto no estado sólido (p.ex: fungos, pólen, fuligem, poeira de solo, etc.) quanto no líquido (como gotículas de um nevoeiro). Os gases traço são aqueles que aparecem em baixa concentração, os chamados gases minoritários, entre os quais estão o CO2 (gás carbônico), CO (monóxido de carbono) e O3 (ozônio). Por sua localização na região tropical e devido ao seu intenso metabolismo, a floresta amazônica é uma importante fonte natural de gases traço, aerossóis e vapor de água para a atmosfera global. Quando as emissões desses gases e partículas provenientes das queimadas de pastagem e floresta aumentam, a composição da atmosfera amazônica sofre as conseqüências na maior parte da sua área, aponta o estudo.
Com efeito, o ciclo hidrológico também é afetado.