Enquete: As redes sociais contribuem para a divulgação científica no País?


10/05/2013 – A prática da divulgação científica nas mídias sociais, especificamente no Twitter e no Facebook, vem avançando cada vez mais no País. E, nessa tendência, no Amazonas, as redes sociais já ganharam o alcance de importantes instituições de ensino e pesquisa. Um dos exemplos é o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) que utiliza esse tipo de mídia desde 2009, com o Twitter, realizando coberturas em tempo real e postagens de links das matérias já editadas.

Entre as Fundações estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) de todo o País, o Twitter da Fapeam, que existe desde 2008, se destaca entre as que mais utilizam a mídia social como instrumento contínuo de divulgação científica e institucional. Em primeiro lugar na utilização do Twitter, a Fapesp figura à frente das outras fundações em termos de quantidade de postagens e seguidores, bem como da qualidade e forma de uso do instrumento.

Em relação ao Facebook, a Fapeam utiliza o instrumento há cerca de três anos e conta com mais de 5.000 ‘amigos’ em sua página, onde são compartilhadas notícias sobre resultados de pesquisas e também sobre ações voltadas para o incentivo à ciência, tecnologia e inovação. Esses números não são definitivos e podem mudar dentro de segundos, visto que o crescimento dessa mídia é contínuo devido às suas características.

Usuário ativo das redes sociais, o doutor em Linguística e professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sérgio Freire, explicou que a sociedade se organiza hoje em torno do conceito de informação. “Informação é sentido. As redes sociais vieram conectar as pessoas de formas diferenciadas e com uma rapidez nunca vista antes. O que corre nos fios dessas redes é informação que as pessoas podem transformar em conhecimento. Conhecimento é isso: informação relevante”, apontou Freire.

Sobre a utilização das redes sociais como ferramenta facilitadora do acesso à produção científica, além da abertura às possibilidades de vínculo entre a ‘ciência do leigo’ e a ‘ciência do cientista’, Freire aponta duas questões. “A primeira é o acesso à produção científica intrapares (entre especialistas da mesma área). Mesmo com as redes, não houve muito avanço nessas questões do acesso. Os periódicos online continuam fechados e caros. O que se tem é a divulgação assistemática do próprio pesquisador, às vezes. Mas isso não resolve. A segunda questão é a divulgação, a ‘ciência do leigo’. Aqui, sim, há grandes avanços de acessibilidade”, explicou.

Por meio do Grupo de Pesquisa Discursos e Práticas Sociais da Ufam, Freire contou que há pesquisadores preocupados com a nova organização social, com os deslocamentos na área da Comunicação, com as questões do ciberativismo e da ciberdemocracia. “Estamos também preocupados com as características discursivas do Discurso de Divulgação Científica online. A linguagem atravessada nessas questões é o nosso foco”, revelou.

O doutor em Ciências da Comunicação e professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Alexino, discorda da contribuição dessas redes. “Eu, particularmente, não confiaria em uma informação científica passada pelo Facebook ou pelo Twitter. Essas ferramentas primam pela velocidade e rapidez da informação e por esse motivo demonstram erros graves.  Informação científica não é compatível com a ultravelocidade do Twitter ou do FB.   Um outro aspecto é que informações erradas nesse ambiente virtual podem ser  ser apagadas  facilmente. Não confiaria”, disse.

Alexino afirmou que as mídias sociais não são capazes de atrair e aproximar ainda mais o público leigo de pesquisas científicas e tecnológicas. “Penso que as redes sociais podem repercutir informações dadas em canais confiáveis, mas elas não têm o poder de passar em primeira mão informações nesse nível. Acredito que o Jornalismo, em suas várias manifestações, tem esse poder. Mas o FB ou Twitter sozinhos afogariam as informações científicas em um mar de informações fakes”, explicou.

A partir desse cenário, a seção Você Opina quer saber:

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Agência Fapeam

 

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