Entrevista: Kanai fala sobre metropolização de Manaus


Um panorama sobre as pesquisas na área de urbanização realizadas na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) pelo Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura (PPSCA) e Geografia, sobre as pesquisas feitas na área de política urbana cultural na América Latina e a metropolização de Manaus, estes são alguns dos assuntos abordados pelo cientista Miguel Kanai, da Universidade de Miami (EUA), que cedeu uma entrevista exclusiva para a Agência Fapeam. Na entrevista, ele relatou um pouco sobre a sua experiência como pesquisador e destacou sua impressão sobre a Amazônia.

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Agência Fapeam: Como o senhor desenvolve seus trabalhos na Universidade de Miami?

Miguel Kanai (MK): A pesquisa é considerada a parte mais importante para os professores da universidade onde atuo. Temos de pesquisar para sermos inseridos no sistema de professores seniores. A fase probatória para todos os que querem subir na carreira é de seis anos. Nesse período, deve-se mostrar que você tem capacidade de fazer pesquisa.

Agência Fapeam: O senhor quer dizer publicar trabalhos?

Miguel Kanai: É claro! E digo mais: é preciso que se desenvolvam projetos que sejam passíveis de serem financiados. Há vários centros que se ocupam das mais diversas pesquisas. Por exemplo, há um centro de pesquisas em áreas regionais (localidades ou regiões em cidades) para a América Latina. Esse centro procura captar e distribuir recursos para que pesquisas dessa natureza sejam realizadas.

Agência Fapeam: Quais são seus principais trabalhos no âmbito da geografia ou mesmo fora dela?

Miguel Kanai: É um pouco difícil de dizer, pois estou começando na universidade de Miami. O que fiz de mais importante foram análises em equipe a partir de estudos da situação da urbanização do mundo atual. Fizemos, por dois anos, um trabalho de pesquisa comparativo com as grandes cidades do mundo. Publiquei um capítulo sobre urbanização planetária com Edwar Soja. Com base no trabalho, fiz um estudo da política urbana cultural na América Latina, especificamente os casos de Buenos Aires e Cidade do México. Penso em expandir a atividade, por exemplo, fazer estudos comparativos na Amazônia.

Agência Fapeam: Como pretende inserir-se no contexto amazônico?

Miguel Kanai: Trabalho com algumas linhas de pesquisa, uma delas é com o Núcleo de Estudos e Pesquisas das Cidades na Amazônia Brasileira (Nepecab), que trata da articulação de uma rede urbana via a BR-174 (Manaus-Boa Vista) até a Venezuela e a Guiana. Estou estudando a metropolização da capital amazonense (Manaus) e da integração da cidade. Além disso, estou articulando algumas pesquisas em Belém. Todavia, ainda não consegui.

Agência Fapeam: Quais são suas impressões sobre a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no que diz respeito aos programas nos quais o senhor se inseriu?

Miguel Kanai: No caso do curso de Sociedade e Cultura, que faço parte no momento, é uma experiência interessante mesmo com alguns problemas logísticos e de infra-estrutura. A capacidade crítica dos alunos é boa. Já comentei sobre isso. Não conheço os programas de graduação da Ufam, por isso, não posso falar. No que tange ao Mestrado em Geografia e Sociedade e Cultura (mestrado e doutorado), a situação é bem animadora. 

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width=90  Sobre Miguel Kanai: É geógrafo. Atua na universidade de Miami, onde trabalha nas análises da temática da urbanização de cidades. Hoje, um de seus objetivos é avaliar a espacialidade de grandes conglomerados. Na próxima quarta-feira (12/8), ele ministrará um curso para estudantes de mestrado e doutorado do programa de pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), além de discentes do mestrado em Geografia, ambos os programas tiveram apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Em julho, participou de uma atividade de campo com os alunos e pesquisadores área de geografia, do Núcleo de Estudos e Pesquisas das Cidades na Amazônia Brasileira (Nepecab/Ufam).

Renan Albuquerque – Agência Fapeam

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