Escola da zona leste estuda abelhas sem ferrão na região amazônica


Dispostos a estudar a importância das abelhas para a biodiversidade da região amazônica, os alunos da Escola Estadual Maria Madalena, localizada no Armando Mendes, zona leste de Manaus, apresentaram nesta quarta-feira, 10, os resultados da pesquisa desenvolvida por meio do Programa Ciência na Escola (PCE), durante a Mostra Pública.

Intitulada “A influência da alimentação artificial na produção de mel de abelhas sem ferrão na região amazônica”, a pesquisa proporcionou aos alunos não só conhecer melhor as peculiaridades das abelhas, mas também estudar a produção de mel da espécie que não apresenta ferrão.

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/abelha2.jpgCom o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), os estudantes puderam, ainda, construir um laboratório para a realização das pesquisas na própria instituição.

Na Mostra Pública do PCE, os estudantes tiveram a oportunidade de explicar à sociedade os diversos eixos temáticos da área da etologia, como o ciclo de vida das abelhas, a denominação das espécies, o comportamento dentro das colmeias, até a produção de mel.

Segundo os alunos, essas abelhas são típicas da Amazônia e não apresentam o ferrão porque, na sua estrutura biológica, ele se encontra atrofiado dentro do animal, o que faz dele um inseto inofensivo. “O ferrão dessa espécie de abelha não se desenvolve, ou seja, ele fica interno e não exerce a sua função original. No máximo, o que pode acontecer é ela se enrolar no cabelo da pessoa ou incomodar fazendo cócegas quando se sentir ameaçada”, destacou a aluna do 1º ano do ensino médio Jéssica Gonçalves, 16. 

O projeto envolve acadêmicos dos 1º, 2º e 3º anos do ensino médio, que se dedicaram exclusivamente à produção do material pesquisado e o resultado é surpreendente.

Com os estudos, os alunos constataram que o tipo de alimentação das abelhas interfere na produção de mel. Foram feitos testes com abelhas que se alimentam na própria natureza e aquelas que se alimentam com comidas artificiais.

Os resultados mostram que as abelhas, quando alimentadas artificialmente, produzem maior quantidade de mel que as outras. “Isso é possível porque as abelhas não precisam trabalhar, já que proporcionamos a comida para elas. Assim, elas se alimentam mais, ficam mais fortes e acabam produzindo mais mel”, frisou o bolsista Bruno Mendonça, 17.

Saiba mais sobre a pesquisa

src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/abellha3.jpgDe acordo com a coordenadora do projeto, Janeide Dantas, a pesquisa já é feita no Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa) por meio do Grupo de Pesquisa em Abelhas (GPA), mas devido à relevância do tema, ela decidiu levar para a escola e trabalhar o assunto com os alunos. “Como faço parte do GPA e  tenho contato com os pesquisadores do Inpa, ficou mais fácil o acesso, mas para executá-lo na escola, tivemos que fazer algumas adaptações e criar novas alternativas de pesquisas”, explicou.

Dantas salientou, ainda, que os alunos realizaram  as pesquisas na escola e no Inpa, onde foram treinados para manejar as abelhas nas práticas laboratoriais. 

Além disso, segundo a coordenadora, tanto a instituição como a comunidade foram impactadas  positivamente. Na escola, os alunos se mostraram mais interessados nas aulas, melhoraram as notas e os professores ficaram mais estimulados a realizarem projetos científicos. Já a comunidade se mostrou muito interessada em conhecer mais sobre meliponicultura (estudo da produção de mel) e participar de palestras sobre abelhas sem ferrão na escola.

“O PCE é magnífico para a educação do Amazonas e do Brasil. Isso empolga, anima o professor a ensinar e estar dentro da sala de aula, pesquisando com os alunos. O Governo do Estado, as Secretarias de Educação e a FAPEAM, nossa financiadora, estão de parabéns”, concluiu Dantas. 

 

Kelly Melo – Agência Fapeam

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