Esgoto ecológico é alternativa para preservação ambiental
O aquecimento global e o aumento da poluição no mundo são temas bastante discutidos no século 21, além de apresentar resultados práticos os temas estão deixando de serem tratados apenas em conferências de ecologistas e começam ocupar as pranchetas de engenheiros, arquitetos e pesquisadores. Nesse contexto, ganha destaque a empresa “Ecoete Tecnologia de Preservação Ambiental” que realiza pesquisas em tratamento de esgotos com plantas – denominados “esgoto ecológico”.
O tratamento de esgotos com plantas é uma tecnologia emergente que se revela como uma alternativa eficiente e de baixo custo em relação aos sistemas convencionais. No processo, as plantas, ao retirarem os nutrientes necessários para sua sobrevivência dos esgotos, acabam limpando-os.
Segundo o diretor técnico da “Ecoete”, engenheiro Antônio Bento Neto, o processo de tratamento não é novo no Brasil e já é utilizado há bastante tempo na Europa. “Estamos tentando melhorar o sistema e, para isso, contamos com o apoio do Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em Micro e Pequenas Empresas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Pappe/Subvenção – Finep Amazonas) e do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa)”, explicou.
As pesquisas ocorrem em duas estações de tratamento construídas na sede do Inpa, em Manaus, sendo uma delas situada no laboratório temático de tecnologia de alimentos. As experiências são realizadas com três tipos de plantas: Monguba (Bombacaceae e Pseudobombax); Matapasto (Senna obtusifolia) e a Canarana – tipo de gramínea da região amazônica que tem grande potencial para consumo em esgoto.
De acordo com Neto, essas plantas são encontradas, geralmente, em áreas de beira de rio e alagados e têm a capacidade de liberar grande quantidade de oxigênio e nitrogênio, substâncias indispensáveis para as bactérias realizarem seus metabolismos, e por consequência, tratar o esgoto. “As análises físico-biológicas garantem 95% de remoção dos detritos da poluição do esgoto. O retorno da água para a natureza é feita de forma ecologicamente correta”, observou.
Neto explica ainda que o diferencial do projeto é o custo do sistema implantado (de 30% a 40% inferior aos sistemas convencionais); o funcionamento do sistema se dá por gravidade, sem utilização de componentes mecânicos ou elétricos e a área destinada a zona de raízes se transformar em jardim ornamental. “A média de implantação de um sistema de tratamento de esgoto ecológico dura em média 30 dias”, afirmou.
Além de ser "ecologicamente correto", preservando o meio ambiente, o sistema de tratamento de esgoto permite reaproveitar a água para tarefas do dia-a-dia como na limpeza de casa, automóveis e irrigação de plantas. Leis municipais e resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) começam a enquadrar as edificações para se adequarem as propostas de preservação. Os “habite-se” estão sendo liberados somente após a verificação desse item.
A FAPEAM, por sua vez, incentiva propostas como a da empresa “Ecoete” (Antiga Ecopack) por meio do Pappe/Subvenção – Finep Amazonas, que consiste em apoiar, com recursos financeiros, micro e pequenas empresas interessadas no desenvolvimento de produtos e processos inovadores. Para este projeto foram destinados cerca de R$ 95,7 mil, dos quais R$ 57,4 mil já foram liberados.
Para Neto, o aporte financeiro concedido ao projeto é fundamental, pois as inovações precisam ser incentivadas. “Nós temos que dar soluções para tais problemas como a poluição e preservação do meio ambiente e o apoio da FAPEAM é essencial nesse sentido”, finalizou.
Para saber mais siga a empresa Ecoete no Twitter.
Fotos: Ricardo Oliveira/Agência Fapeam
Carlos Fábio Guimarães e Kelly Mello – Agência Fapeam