Espécies arbóreas ajudam a diminuir tempo de queima de tijolo


Uma ação inovadora mudou a forma de produção do setor cerâmico no Amazonas. A partir da identificação e avaliação de quatro espécies arbóreas, nativas e cultivadas, pesquisadores conseguiram diminuir o tempo de queimação do tijolo, a partir do uso dessas espécies na fabricação de tijolos. Isso porque as espécies aquecem rapidamente, o que favorece a produção de tijolos. A qualidade do produto também aumentou para 97,7%.

 O potencial das plantas foi considerado excelente e, consequentemente, poderá ajudar a diminuir os entraves do setor. Entre eles, o manejo desordenado de espécies florestais e o impacto ambiental causado.O engenheiro florestal Antônio Mário Arruda disse que o novo processo mudou a forma de produção da empresa Litiara Indústria de Cerâmica da Amazônia. “O produto passa a ficar menos tempo nos fornos”, destacou.

 Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em Micro e Pequenas Empresas (Pappe Subvenção/Finep Amazonas), foram analisadas, inicialmente, 20 espécies. Todavia, dessas, apenas cinco obtiveram um bom resultado, como Piptadenia Suaveolens (fava-folha-fina), Inga alba (Sw.), Willd (ingá xixica), Couepia bracteosa Benth (Pajurá) e Jacaranda copia (Para-pará).

 /“Nos testes, o Para-pará foi o que mais aumentou a produtividade, no que se refere ao tempo de produção e o rendimento na qualidade dos tijolos. O pico foi de 26 horas, sendo que a média de tempo gasto é de 48 horas”, explicou Arruda.

 Segundo o professor, o estudo é importante, porque diversas empresas utilizam os mais variados tipos de madeira sem critérios de seleção, o que é prejudicial ao meio ambiente. Ele disse que a meta é selecionar a melhor biomassa (lenha) para o processo de queima. “O Para-pará (Jacaranda copia), por exemplo, queima rápido e foi a que mais aumentou a produção de tijolos”, enfatizou.

 Quanto às demais espécies analisadas, conforme o professor, elas apresentaram redução inferior no tempo de queima, quando comparadas ao Para-pará.

 Ele salientou que as fava-folha-fina (Piptadenia Suaveolens), Inga alba (Sw.), ingá xixica (Willd) e Pajurá (Couepia bracteosa Benth), reduziram a produção média (48 horas) em 4 horas. Ou seja, levam 44 horas para produzir 20 mil tijolos, obtendo rendimento médio de 85%.

 O projeto começou em 2005, os resultados ainda são parciais e, de acordo com Arruda, são necessários mais testes com outras espécies arbóreas.

Kelly Melo e Luís Mansuêto – Agência Fapeam

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