Estudantes avaliam quantidade de metal em peixe da Amazônia


09/12/2010 – O crescente avanço tecnológico e industrial trouxe inúmeros benefícios. Contudo, o progresso trouxe também poluição e degradação ao meio ambiente. Nas últimas décadas, este tema passou a ser destaque no mundo e a fazer parte das políticas públicas.

No Amazonas, um grupo de alunos do Centro Educacional Arthur Virgílio Filho (CEAVF), procurou fazer sua parte. Por meio do projeto “Avaliação de Anormalidades Nucleares Enitrocíticas (ANE) como bioindicadores em tambaqui contaminado com chumbo”, os estudantes procuraram investigar a sensibilidade desta espécie de peixe exposto ao chumbo.

Coordenado pelo professor Geverson Façanha da Silva, o projeto consistiu em fazer experimentos com uma espécie muito consumida no Amazonas, o tambaqui. Devido à crescente queda da qualidade da água e perda de biodiversidade aquática, em função da desestruturação do ambiente físico, químico e alteração da dinâmica natural das comunidades biológicas, os peixes estão mais expostos às substâncias químicas nocivas à saúde humana.

Segundo Façanha, o projeto contou com o apoio técnico do engenheiro de pesca Adriano dos Santos Sá, que colaborou para interação das ciências de pesca e química com a finalidade de verificar a sensibilidade do peixe ao chumbo.

Os peixes foram adquiridos em um viveiro de piscicultura, no sítio Santa Etelvina, mais conhecido como ‘Extra Beth’, localizado na rodovia AM-010, Km 47. Segundo o professor, foi necessário o total de três coletas com 50, 92 e 72 peixes respectivamente, pois houve dificuldades de manejo acarretando a morte dos mesmos. Os peixes foram transportados ao Laboratório de Ciências em uma caixa-d’água de 310 litros com aeração constante, feita com aerador a pilha. vspace=10

Como resultado se observou que a movimentação ocasionada pelo transporte atua como estressores dos peixes interferindo nos resultados de anormalidades. Sobre a avaliação de ANE, em andamento ainda, estão sendo contadas mil células adultas de cada peixe com o auxílio de microscópio ótico.

De acordo com o professor, deve-se ressaltar outros resultados positivos como o aumento do interesse dos alunos pelas aulas experimentais, aumento do senso crítico na educação ambiental, maior conhecimento sobre piscicultura e maior contato com o processo científico por parte dos estudantes.

Para a aluna Martha Juliana Costa Vieira, o projeto pôde ajudá-la a conhecer outras áreas, e lhe possibilitou ir a campo colocar em prática o que ela pesquisou nos livros. “O PCE nos prepara pra realidade”, disse.

Já outro participante, Delcioney Dias de Sousa, afirmou que o projeto lhe possibilitou ampliar o conhecimento sobre o tambaqui e metais pesados. “Conhecia o tambaqui apenas como um peixe igual  outro qualquer. Com a pesquisa, pude conhecer mais sobre a espécie”, afirmou.

Importância do PCE

Segundo Façanha, o PCE tem levado ao ensino básico um grande avanço técnico-científico com bolsas de Iniciação Científica Jr e Apoio Técnico, favorecendo a melhoria do ensino e preparando melhor o aluno para a universidade. “Existem pesquisas que comprovam que os alunos que participam do programa Pibic entram no mestrado e doutorado mais cedo, do mesmo modo, deveriam ser implantados os PCEs de 12 meses com a finalidade de levá-los às universidades mais preparados”, ressaltou.

 

Edital do PCE 2011 já está disponível

 

O edital do PCE 2011 está disponível na página eletrônica da FAPEAM (www.fapeam.am.gov.br). Para a próxima edição, o edital prevê investimentos da ordem de R$ 3,39 milhões, sendo R$ 1,57 milhão da fundação, R$ 1,32 milhão da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e R$ 500 mil da Secretaria Municipal de Educação (Semed). As propostas de escolas públicas estaduais e municipais devem ser feitas até 25 de fevereiro de 2011.

 

Sobre o PCE

 

O Programa Ciência na Escola (PCE) é realizado a partir de uma parceria entre a FAPEAM e as secretarias de Educação Estadual e Municipal. Ele consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, sob formas de cotas institucionais, estudantes dos ensinos Fundamental e Médio integrados no desenvolvimento de projetos de pesquisas de escolas públicas.

Foto1: aluno do projeto no manejo do tambaqui (Foto:divulgação)

Fábio Guimarães – Agência FAPEAM

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