Estudantes irão representar Amazonas em simpósio de sensoriamento remoto
09/04/2013 – Os resultados das pesquisas ‘Análise multitemporal da variabilidade de cotas fluviométricas do Rio Madeira’ e ‘Análise sazonal da precipitação e nível de água na Bacia do Rio Madeira’ serão alguns dos trabalhos que irão representar o Amazonas no 16º Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR).
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Sete trabalhos foram aprovados com apoio do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape – Edital 001/2013) para apresentarem trabalhos durante o Simpósio. O evento começa neste sábado (13) e vai até o dia 18 de abril, em Foz do Iguaçu (PR).
Foram aprovados pelo edital do Pape alunos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Raquel Fernandes de Araújo, Paulo Eduardo dos Santos Massoca, Igor Oliveira Ribeiro, Fabiana Rita do Couto Santos e Julia Valentim Tavares; da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Frank Menezes de Freitas, e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Luciana da Silva Muniz.
Durante o Simpósio, os alunos terão a oportunidade de realizar o intercâmbio de conhecimento com profissionais de sensoriamento remoto, geotecnologias (tecnologias para coleta, processamento, análise e disponibilização de informação com referência geográfica) e áreas afins. As geotecnologias envolvem soluções em hardware e software.
O evento oferece oportunidades para divulgação dos trabalhos técnico-científicos na área de sensoriamento remoto, troca de experiências entre profissionais, ampliação do conhecimento da aplicação das tecnologias de sensoriamento remoto e geoprocessamento, fomento de cooperação interinstitucional, e o estímulo ao desenvolvimento do segmento privado deste setor.
Resultados de pesquisa
Durante o Simpósio, a mestranda da Ufam Luciana da Silva Muniz defenderá o artigo ‘Análise multitemporal da variabilidade de cotas fluviométricas do Rio Madeira – uma avaliação de danos sob extremas condições hidrológicas’. Ela explicou que o trabalho apresentou os primeiros resultados de uma análise sobre a variabilidade dos níveis de água da bacia do Rio Madeira e fez uma comparação entre os padrões de variabilidade hidrológica, de montante a jusante, em condições extremas (estiagens e inundações) e os efeitos sobre as populações ribeirinhas.
O trabalho se concentrou nos últimos dez anos e utilizou como fonte dados das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Observatório Ambiental de Geoquímica de Hidrologia e Geodinâmica da Bacia Amazônica – ORE/HYBAM. Os resultados foram comparados com os relatórios de avaliação dos danos e portarias disponíveis na base de dados da Defesa Civil Nacional.
“Os municípios de Manicoré, Nova Olinda do Norte, Borba, Novo Aripuanã e Autazes, no Amazonas, e Porto Velho (RO) foram os que mais registraram situações de emergência durante as enchentes e/ou inundações graduais do Rio Madeira”, disse Muniz. Ela explicou que as informações são da Defesa Civil Nacional e compreende os anos de 2006, 2008 e 2009, também registrados nos boletins climatológicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Já a pesquisa ‘Análise sazonal da precipitação e nível de água utilizando dados do produto Merge e satélite Envisat na Bacia do Rio Madeira’ será apresentada pelo estudante da UEA, Frank Menezes de Freitas. Ele informou que durante o projeto foi verificado que o regime hidrológico do Rio Madeira, nas estações estudadas, demonstra ser multimodal, com dois períodos hidrológicos definidos ao longo do ano, como a estiagem ocorrendo, preferencialmente, durante os meses de setembro a novembro e a cheia se estendendo durante os meses de fevereiro a junho.
“Foram analisadas três estações virtuais ao longo do Rio Madeira sendo possível ressaltar a diferença nas variações entre os máximos e os mínimos de chuvas e cotas, destacando-se que nas estações a montante os valores possuíam defasagem menor em relação aos dados medidos pelas estações que estão localizadas mais a jusante da bacia, próximo à confluência com o Rio Solimões”, pontuou.
Segundo Menezes, as variações constatadas já eram esperadas, uma vez que coincidem com os resultados encontrados na literatura e mostram a importância da análise destes dados em diversas áreas da ciência, tais como, modelagem de bacias hidrográficas, modelagem de umidade do solo, e também na avaliação de modelos numéricos de previsão de tempo e clima.
Montante e jusante
Montante e jusante são lugares referenciais de um rio pela visão de um observador. A jusante é o lado para onde se dirige a corrente de água e montante é a parte onde nasce o rio. Por isso, se diz que a foz de um rio é o ponto mais a jusante deste rio, e a nascente é o seu ponto mais a montante.
Sobre o Pape
O programa visa apoiar a participação de pesquisador/professor/estudante qualificado em eventos científicos e tecnológicos relevantes no País e no exterior, para apresentação de trabalho científico e/ou tecnológico de sua autoria, não publicado, resultante de pesquisa desenvolvida no Estado do Amazonas.
Luís Mansuêto – Agência FAPEAM