Estudantes transformam CDs descartados em arte
Mais de 17 milhões de domicílios brasileiros possuem computador, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) relativa ao ano de 2008. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE). Quanto aos componentes adicionais, podem-se imaginar quantos CDs são jogados diariamente no lixo. Mas qual destino deveria ser dado a esse tipo de produto?
A saída encontrada por um grupo de alunos do ensino médio do Colégio Amazonense Dom Pedro II foi transformá-los em relógios, cortinas, porta-retratos, entre outros objetos. Eles perceberam que os próprios colegas de sala jogavam o produto fora sem se preocupar com os danos que poderiam causar ao meio ambiente. Foi o que explicou Ana Mara Cruz Lachi, coordenadora do projeto “Transformar é preciso: conscientizar e reutilizar o CD como garantia de preservação do meio ambiente”.
Com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), o projeto nasceu com o objetivo de contribuir com a educação ambiental sobre os resíduos sólidos. Lachi disse que a iniciativa visa a promover qualidade de vida, com reflexos positivos nas áreas social, ambiental e econômica. “Foram realizadas oficinas no colégio e o próximo passo é promovê-las em clubes de mães e cooperativas de produtos artesanais, como forma de reaproveitar os CDs que são descartados e ajudar na geração de uma renda extra”, justificou.
Segundo a pesquisadora, a meta era despertar a conscientização dos alunos e da comunidade quanto à necessidade e importância de reutilizar (reciclar) resíduos sólidos, a começar na comunidade escolar, por meio de palestras, campanhas de coletas de CDs, informativos, como fôlderes, painéis e oficinas. “Após as palestras e oficinas, os alunos ainda continuam depositando os CDs descartados”, observou.
PCE ajuda professora a crescer como educadora
De acordo com Lachi, os seis meses de pesquisa foram extremamente satisfatórios para sua profissão de educadora. Ela contou que o projeto atendeu às expectativas do grupo envolvido, pois mostrou aos alunos as consequências da má gestão do lixo.
Para ela, apostar na construção de novos comportamentos e atitudes em relação ao espaço em que se vive é um desafio permanente, onde se pode mesclar ações do poder público, da iniciativa privada e da sociedade civil com o intuito de criar políticas públicas em relação à redução do descarte de CDs, como ocorre com as pilhas e baterias de celular.
“Sensibilizar o jovem para a importância da preservação do meio ambiente não é difícil, o que falta é mudança de comportamento. A motivação vem por meio de projetos públicos, como o PCE, para que eles possam se sentir responsáveis e participantes do processo”, declarou.
Mostra Pública do PCE
Nos dias 10 e 11 de março acontece a Mostra Pública do PCE. A ideia é expor os resultados dos projetos aprovados em 2009 e aproximar a comunidade das ações realizadas pela FAPEAM.
Apesar de não participar desta mostra, a professora afirma que a apresentação é um incentivo para a atuação dos alunos como jovens pesquisadores. “É importante valorizar e expor o trabalho realizado pelos estudantes de escolas públicas e, assim, motivar outros jovens a participar dos projetos. Eles ficam felizes de expor e defender o trabalho que foi pesquisado”, declarou.
Luana Gomes e Luís Mansuêto – Agência Fapeam