Estudo analisa a relação entre os saberes tracionais e científicos no ensino de Química


Ercila Pinto Monteiro está desenvolvendo um projeto de pesquisa no qual propõe estratégias didáticas no campo da educação indígena. (Foto: Divulgação)

13/05/2014 O conhecimento sobre o meio em que se vive é fundamental para a construção da cultura de um povo. Nesse contexto, as relações entre os saberes tradicionais e os científicos se complementam na construção da formação cultural da sociedade.

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Na busca por um diálogo entre o saber tradicional dos indígenas da etnia Ticuna (ou Tikuna) e o conhecimento científico de Química, a doutoranda em Educação para a Ciência pela Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp), Ercila Pinto Monteiro, está desenvolvendo um projeto de pesquisa no qual propõe estratégias didáticas no campo da educação indígena. O projeto relaciona os saberes científicos com os saberes tradicionais durante as aulas de Química de escolas indígenas na região do Alto Solimões, no Amazonas.

“O ensino que o professor propõe em sala de aula é o tradicional, que o indígena combateu por muito tempo. Em contrapartida, os indígenas também buscaram a interculturalidade e, por isso, meu objetivo é compreender a relação entre os saberes tradicionais, próprios da etnia Ticuna, com os ensinos de Química ministrados por professos indígenas nas escolas desta região”, disse.

Segundo Monteiro, os indígenas da etnia Ticuna lidam com processos químicos sem se dar conta que, por trás dos saberes tradicionais, há embasamento científico para as técnicas. (Foto: Divulgação)

Intitulado ‘Desenvolvimento de estratégias didáticas etnocientíficas para o ensino da Química nas escolas indígenas Ticuna do Alto Solimões’, o estudo está sendo desenvolvido desde março deste ano. O projeto de pesquisa conta com aporte financeiro do governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH-Doutorado/Fluxo Contínuo).

Diálogo científico

De acordo com a pesquisadora, é necessário o diálogo entre os conhecimentos tradicionais e científicos para que os indígenas compreendam que também praticam a Química.

Monteiro informou que pretende ir a sete escolas indígenas situadas na região do Alto Solimões. (Foto: Divulgação)

Monteiro informou que pretende ir a sete escolas indígenas situadas na região do Alto Solimões e que, para isso, já solicitou autorização da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) para ter acesso às áreas indígenas.

Segundo a pesquisadora, ao final do estudo, além de estabelecer o diálogo entre a cultura indígena e o conhecimento científico, serão mapeadas as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores indígenas Ticuna da área de Química, cuja tentativa é buscar melhorias para o ensino da disciplina no território indígena.

Sobre o RH Doutorado

Por meio do Programa, o governo do Estado via FAPEAM concede bolsas de doutorado a profissionais interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu em programa de pós-graduação recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em outros Estados ou no Amazonas, desde que o programa não tenha sido atendido pelo Programa de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu (Posgrad).

 

Camila Carvalho – Agência FAPEAM 

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