Estudo analisa dinâmica de carbono e mercúrio e emissão de gases para atmosfera


08/02/2013 – Na tentativa de compreender a dinâmica do carbono (C) e do mercúrio (Hg) em rios e planícies inundadas da região amazônica, principalmente nas bacias do Rio Negro e Solimões, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) estão analisando os ciclos biogeoquímicos desses dois gases para reduzir as emissões deles para a atmosfera e amenizar o aquecimento global.

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Os estudos iniciaram em 2009 e são coordenados pelo doutor em Ecologia e Biologia Comportamental pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, Bruce Rider Forsberg.

“Diversos estudos foram realizados durante as últimas décadas sobre os ciclos biogeoquímicos do carbono e mercúrio na região Amazônica. Estas investigações têm contribuído para a elucidação destes ciclos, suas interações com os respectivos ciclos globais e os potenciais impactos de atividades antrópicas sobre a dinâmica desses dois elementos”, esclareceu o pesquisador.

A pesquisa intitulada ‘A Biogeoquímica do Carbono e Mercúrio na Bacia Amazônica’ está sendo realizada por pesquisadores do Inpa em conjunto com pesquisadores de Limnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência em Ciência e Tecnologia (Pronex).

Forsberg explicou que o foco do projeto são os aspectos fundamentais da biogeoquímica de carbono e mercúrio em ecossistemas aquáticos que são poucos conhecidos e facilmente estudados em conjunto.

“São processos que ocorrem nos mesmos ambientes aquáticos, seja porque são intermediados pela mesma comunidade microbiana, porque são controlados pela mesma variável ambiental ou porque ocorrem na mesma matriz ambiental”, disse o pesquisador.

O resultado do estudo determinará se as áreas alagáveis amazônicas são uma fonte ou ‘sugadores’ de carbono da atmosfera. Entre os fatores analisados estão: os que controlam as emissões de gases, especialmente a contribuição relativa de processos bióticos (respiração, fermentação) e abióticos (foto-oxidação); e a entrada de carbono nos ecossistemas aquáticos a partir da produção primária e pelo intercâmbio entre os sistemas aquáticos e terrestres.

“Caso este balanço indique sequestro, será importante identificar o lugar onde este carbono está acumulando e preservá-lo para amenizar o aquecimento global”, esclareceu Forsberg.
Áreas inundadas

As Bacias Amazônicas contêm uma diversidade de habitats aquáticos naturais incluindo igarapés, rios, lagos, várzeas, igapós, savanas, chavascais e buritizais, além de habitats artificiais como os reservatórios hidrelétricos.

São locais de alta diversidade e intensa atividade biológica, onde os ciclos anuais de produção e decomposição de material orgânico podem resultar no sequestro e/ou emissão de grandes volumes de gás carbônico e metano.

"O ecossistema Amazônico é grande e complexo demais para ser estudado com métodos tradicionais. Somente com uma combinação de sensores terrestres e remotos, integrados a plataformas fixas e móveis, adquirindo dados em diferentes escalas temporais e espaciais, será possível caracterizar e manejar tamanha complexidade”, disse o pesquisador.

Sobre o Pronex

Esse programa, desenvolvido em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), consiste em apoiar, com recursos financeiros, grupos de alta competência que tenham liderança e papel nucleador no setor de atuação em ciência e tecnologia no Amazonas.

Camila Carvalho  – Agência FAPEAM

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