Estudo analisa parâmetros para compreender período chuvoso e estiagem no Amazonas


Os resultados ajudarão os pesquisadores a caracterizar as séries numérico-temporais de chuva no Estado,  possibilitando uma visão sobre o futuro dos períodos de chuva e estiagem no Estado

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Uma pesquisa com apoio do governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), está analisando os dados diários de chuva no Amazonas para determinar parâmetros que possibilitem a compreensão dos períodos chuvosos e de estiagem (com poucas chuvas) no Estado.

Os parâmetros auxiliarão os pesquisadores a identificarem, por exemplo, se os períodos de chuva têm correlação com as alterações no meio ambiente, como desmatamentos e queimadas, e se os períodos podem ser previstos com base em uma mensuração de dados.

O estudo está sendo desenvolvido pelo mestre em Física, Edilson Filho, na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em parceria com o Centro de Estudos Superiores, no município de Tabatinga (distante a 1.105 quilômetros de Manaus), com recursos do Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas ) da Fapeam.

De acordo com ele, as chuvas influenciam diretamente na vida das pessoas, principalmente, do ponto de vista econômico, uma vez que a agricultura e o transporte de alimentos, dentre outros, dependem do volume de chuvas que cai na região. “O estudo tenta compreender as dinâmicas das chuvas sendo importante, pois poderá possibilitar um melhor entendimento dos períodos chuvosos e dos períodos de estiagem”, disse o pesquisador.

A pesquisa é realizada por meio do método Multifractal Detrended Fluctuation Analysis MF-DFA (Análise Multifractal de Flutuações Destendenciadas), um processo estatístico escrito em linguagem de programação (linguagem MATLAB), que tem como objetivo principal determinar se há correlação nos dados.

“Um conjunto de dados diários de chuva, como o que estamos estudando, é chamado de série temporal de chuvas (ou precipitação). Esse tipo de série pode ser analisada pelo MF-DFA. A intenção é descobrir se os dados da série apresentam algum tipo de correlação. O método, que é puramente estatístico, não analisa fatores externos, sendo assim, os resultados ajudam a caracterizar as séries numérico-temporais de chuva, o que poderá possibilitar uma visão acerca do futuro da série”, explicou Edilson Filho.

Os municípios já analisados pelo método são: Japurá, Fonte Boa, Juruá, Maraã, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá e Jutaí.  Segundo o pesquisador, do ponto de vista estatístico, as médias anuais para esses munícipios têm variado pouco nos últimos anos.

Com relação à metodologia, os municípios de Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Japurá e Fonte Boa têm seus dados de chuva guardando memória de longo alcance de maneira fraca, o que indica que as chuvas do passado influenciam levemente no presente. Para os municípios de Santo Antônio do Içá, Jutaí, Juruá e Maraã, os resultados indicam uma influência mais relevante, que tem indicado uma maior incidência de chuvas.

Sobre o Universal Amazonas

O Programa tem por objetivo apoiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, em todas as áreas de conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do Estado do Amazonas.

Esterffany Martins / Agência Fapeam

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