Estudo aponta período propício para reprodução de Ovinos e Caprinos na Amazônia
09/01/2013 – A estação seca na Amazônia pode ser considerada como a mais favorável para a reprodução dos ovinos e caprinos na região, é o que aponta um estudo intitulado ’Biometria Testicular, características comportamentais e seminais de ovinos das raças Santa Inês, Dorper e Whiter Dorper, criados no sistema semi-intensivo no Amazonas´.
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A pesquisa foi desenvolvida pelo estudante finalista do curso de Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), André Ferreira da Silva, sob a orientação da professora da Faculdade de Ciências Agrárias da Ufam, doutora Roseane Pinto Martins de Oliveira. A pesquisa teve por objeto de estudo, realizar experimentos com ovinos e caprinos na Amazônia Ocidental para avaliar as características seminais e comportamentais de reprodutores em diferentes estações climáticas e nas condições amazônicas. O estudo contou com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (Paic).
Silva explica que, a avaliação do desempenho reprodutivo de ovinos em diferentes épocas do ano é essencial para determinar um período em que os reprodutores apresentarão melhores índices reprodutivos.
“Com isso, a escolha do período de monta nos sistemas de criações de animais é importante para a fertilidade do rebanho, o qual apresenta variações vinculadas às condições climáticas. Por isso, o estabelecimento de um período ou de uma estação de monta de curta duração é uma das decisões mais importantes do manejo reprodutivo e de maior impacto na fertilidade do rebanho. Desta forma, propicia um período de descanso ao reprodutor, garantindo condições para plena recuperação e manutenção da atividade reprodutiva entre um período e outro”, afirmou o estudante.
Ele ressalta que em função de pesquisas incipientes mostrando as características espermáticas e comportamentais de ovinos na Amazônia Ocidental, tornou-se necessário o conhecimento do comportamento sexual, produção espermática e seminais e suas interações com o período chuvoso e seco na Amazônia, desta forma, possibilitando a escolha de um período propício para a fertilidade do rebanho. E devido essa carência de dados voltados a realidade regional da ovinocultura.
Sabendo que em diferentes condições climáticas os animais respondem diferentemente ao seu ciclo reprodutivo o projeto de pesquisa ajudou a criar medidas de manejos para o desenvolvimento da cultura abordada, assim como possível comercialização do sêmen de ovinos de alta genética contidos no estado, para um posterior uso na Inseminação Artificial (IA).
Metodologia
De acordo com Silva, o experimento foi conduzido em três propriedades próximas da cidade de Manaus. Foram utilizados 10 animais da raça Santa Inês, quatro reprodutores Dorper e cinco reprodutores White Dorper, com idade média de dois anos, pesando em torno de 80 quilos, criados em regime semi-intensivo, alimentados com ração balanceada a base de milho, soja, cevada, água e mistura.
A pesquisa foi realizada em dois períodos do ano. O primeiro foi caracterizado por escassez de chuvas (período seco), no qual as analises experimentais foram compreendidas nos meses de setembro e outubro. O segundo período foi caraterizado por altos índices pluviométricos (período chuvoso), assim efetuando as analises experimentais nos meses de fevereiro e março.
Todos os animais foram submetidos à avaliação clínica antes do início dos trabalhos para averiguar se os mesmos estavam sadios. A idade e peso corporal foram obtidos de registros da própria fazenda onde foram feitos os experimentos.
Segundo o pesquisador, “a morfologia espermática foi realizada na Laboratório de Anatomia e Fisiologia Animal (Lafa) da Faculdade de Ciências Agrárias ( FCA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e como resultado final, o estudo mostrou que os ovinos da raça Santa Inês, Dorper e White Dorper podem ser utilizados como reprodutores de monta na estação seca do estado do Amazonas, já que os mesmo obtiveram bons parâmetros seminais e comportamentais”, finalizou.
O estudo teve a duração de um ano e foi apresentado no 21º Congresso de Iniciação Científica da Universidade Federal do Amazonas (Conic/Ufam).
Para o pesquisador, a FAPEAM foi de fundamental importância para a condusão do experimento, uma vez que houve necessidades de adquirir materiais para a execução da pesquisa, tal como a ajuda para custear o transporte até as propriedades. “Para fazermos a coleta de pesquisa, tinhamos que nos deslocar de Manaus para as propriedades onde realizamos os experimentos, localizadas na estrada que dá acesso ao município de Autazes, a 113 quilômetros de Manaus. O apoio da FAP foi fundamental para a conclusão deste trabalho”, concluiu o estudante.
Sobre o Paic
O Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas institucionais, estudantes de graduação interessados no desenvolvimento de pesquisa em instituições públicas e privadas do Amazonas.
Rosa Doval – Agência FAPEAM