Estudo aponta que desmatamento na Amazônia caiu 70% entre 2001 e 2012
A redução do desmatamento da Amazônia, promovida de modo intermitente desde 2004, melhorou a qualidade do ar em toda a América do Sul. É o que indica um estudo publicado na última quinta-feira (17) na revista Nature.
Esse esforço teria resultado, ainda, na prevenção de 400 a 1,7 mil mortes prematuras de adultos a cada ano, de acordo com o trabalho realizado por pesquisadores das universidades de Leeds e Manchester, no Reino Unido, do Massachussets Institute of Technology, nos Estados Unidos, e da Universidade de São Paulo.
Isso ocorreu em grande parte porque o método mais comum para abrir clareiras na floresta são incêndios provocados pelo homem. “O fogo emite uma grande quantidade de partículas na atmosfera, o que piora a qualidade do ar e afeta a saúde humana”, disse a especialista em ciências atmosféricas Carly Reddington, que liderou a pesquisa.
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Entre 1976 e 2010, cerca de 15% da Floresta Amazônica brasileira foi desmatada. Isso representa 750 mil km2, o equivalente aos territórios de Portugal, Itália e Alemanha somados. Mas, entre 2001 e 2012, a taxa anual de desmatamento caiu 40% (de 37,8 mil km2 para 22,9 mil km2) no Brasil como um todo. A redução foi ainda maior, de 70%, na Amazônia brasileira.
Usando dados de satélite e simulações feitas com computador, os cientistas conseguiram correlacionar essa queda do desmatamento brasileiro a uma melhora na qualidade do ar da América do Sul como um todo. Isso porque o fogo usado para desmatar responde por 20% das emissões de partículas na atmosfera feitas por incêndios no mundo, mas, no Brasil, é responsável por 64% das emissões.
Com menos incêndios criados para abrir clareiras na floresta, a quantidade de partículas nocivas liberadas na atmosfera caiu bastante e, por causa das correntes de ar que circulam pela região, isso gerou uma melhora na qualidade do ar em toda a região.
“Já sabíamos como esse fogo impacta a biodiversidade, o regime de chuvas e as mudanças climáticas, mas não a qualidade do ar”, afirma Reddington. “Havia estudos semelhantes feitos na Indonésia, mas este é o primeiro trabalho que faz essa conexão para o Brasil”, finalizou.
Fonte: BBC Brasil