Estudo avalia potenciais de plantas amazônicas para elaboração de bioprodutos


Pesquisadores analisaram substâncias isoladas de extratos e óleos essenciais de espécies vegetais amazônicas, utilizadas como plantas medicinais, com objetivo de obter conhecimento científico de suas propriedades para futura elaboração de bioprodutos,  como  fitoterápicos ou alimentos nutracêuticos.

O estudo desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Amazonas (Fixam), foi coordenado por Jaqueline de Araújo Bezerra, do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e  Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Amazônia Ocidental (Embrapa).

A pesquisa avaliou uma estimativa de 35 espécies, dentre as quais destacaram-se cientificamente por apresentaram potenciais bioativos, a Myrtaceae (plantas arbóreas, representadas principalmente pelas plantas frutíferas) e Piperaceae (plantas medicinais, ornamentais). 

MAM2019

Jaqueline Bezerra- coord. do estudo

“Fizemos um screening de espécies nas quais se destacaram mais promissoras as ativas nos ensaios de capacidade antioxidante, enzimáticos e por apresentaram baixa toxicidade in vitro”,explicou.

Segundo Jaqueline, todo conhecimento da constituição química e das propriedades antioxidantes, enzimáticas, citotóxicas e antimicrobianas analisadas nas espécies, contribuem para a elaboração de uma variedade de bioprodutos à base de espécies vegetais com maior valor agregado.

Resultados

Com o estudo foi possível a implantação dos protocolos de diversos ensaios de rotina nos laboratórios durante a execução do projeto, a seleção das espécies mais promissoras para continuidade dos estudos e futura elaboração de produtos biotecnológicos.

 “Os trabalhos desenvolvidos geraram publicações no período de 2018 a 2020 que tiveram apoio do projeto, utilizando a plataforma de ensaios com diversas matrizes, incluíram: 3 artigos com óleos essenciais; 6 artigos de sucos de frutas amazônicas, 3 artigos com sucos encapsulados; 2 artigos com bebidas fermentadas e 1 artigo de extratos vegetais. E por fim elaboramos bebidas fermentadas à base de frutos com propriedades antioxidantes que está em processo de patenteamento em parceria Ifam-Ufam”,disse.

Para a pesquisadora o Programa Fixam  foi essencial para o início da carreira científica e o desenvolvimento do estudo. “O recém-doutor adquire experiência para coordenar um projeto com recurso financeiro, orientar bolsistas de apoio técnico, desenvolver uma pesquisa, colaborar com a academia e consolidar uma linha de pesquisa”,destacou.

Parcerias

Jaqueline destaca a importância da consolidação de pesquisadores parceiros entre as áreas da química, biologia, engenharia de alimentos e farmácia, assim como a contribuição científica de propriedades das diversas matrizes com a publicação de artigos, junto aos parceiros, utilizando as plataformas de ensaios químicos. “Existiu uma  equipe técnica envolvida com pessoas que foram  fundamentais em uma análise ou noutra. A equipe deu certo pois cada um ficou responsável por sua área. Eu como química contribuí com as análises químicas de todos os artigos”, acrescentou a pesquisadora.

Contribuíram com a pesquisa Marcos Batista Machado, Edgar Aparecido Sanches, Pedro Henrique Campelo e Rita de Cassia Saraiva Nunomura – da Ufam,  Lúcia Schuch Boeira e Valdely Ferreira Kinupp – do Ifam, Francinete Ramos Campos – da UFPR, que continuam como parceiros de pesquisa do Projeto Universal, em desenvolvimento. Participaram também Josiana Moreira Mar, Laiane Souza da Silva e Edinilze Souza Coelho Oliveira,  bolsistas do Fixam e Amanda Cristina Lira Souza  e Andrezza da Silva Ramos, que contribuíram também na execução das análises.

Fixam

O programa consiste em estimular a fixação de recursos humanos com experiência em ciência, tecnologia e inovação e/ou reconhecida competência profissional em instituições de ensino superior e pesquisa, institutos de pesquisa, empresas públicas de pesquisa e desenvolvimento, empresas privadas e microempresas que atuem em investigação científica ou tecnológica.

Por: Jessie Silva

Fotos- Arquivo do pesquisador

 

 

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *