Estudo com apoio do Governo do Estado, via Fapeam, ajudará na previsão de inundações
O monitoramento será realizado nos municípios localizados às margens do rio Amazonas, com o objetivo de minimizar os danos causados pelas enchentes na região
Um projeto de pesquisa em desenvolvimento pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com recursos do governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), pretende prever as inundações e minimizar os danos causados pela cheia dos rios da região, principalmente nos municípios localizados às margens do rio Amazonas.
Os pesquisadores estão trabalhando no estudo intitulado “Monitoramento do rio Amazonas utilizando séries temporais MODIS como ferramenta a alerta de inundações”, coletando informações disponibilizadas via MODIS – um sensor que está acoplado a um satélite que orbita a uma distância de 705 quilômetros da superfície terrestre.
“O satélite passa todos os dias sobre o mesmo ponto da superfície coletando e disponibilizando vários tipos de informações como, por exemplo, informações que permitem diferenciar alvos na superfície da Terra. No projeto, estamos diferenciando a água dos demais usos do solo como, por exemplo, vegetação, o que permitirá observar as áreas inundáveis. Para a efetivação deste trabalho também serão utilizadas informações sobre precipitação, relevo das bacias hidrográficas, mapas geológicos, dentre outras”, disse o coordenador do estudo, o doutor em Engenharia e professor da Ufam, Christiano Arraes.
Os estudos estão sendo desenvolvidos com recursos do governo do Estado pelo Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas) da Fapeam. O programa tem por objetivo apoiar o desenvolvimento de atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, em todas as áreas de conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do Amazonas.
Emissão de alertas

Informações serão disponibilizadas em gráficos que permitirão observar o quanto as áreas foram afetadas pelas cheias ao longo do tempo.
De acordo com o pesquisador, a maioria das cidades do interior do Estado não possui um sistema de alerta eficaz, o que impossibilita, por exemplo, uma tomada de decisão que beneficie as comunidades ribeirinhas.
Com o estudo, a análise e divulgação das zonas inundadas será repassada, via internet, para os órgãos competentes, em tempo hábil para a tomada de decisões, dados referente as regiões que estão sendo ocupadas pela água decorrente da cheia dos rios.
Segundo Christiano Arraes, essas informações serão disponibilizadas em gráficos que permitirão observar o quanto as áreas foram afetadas pelas cheias ao longo do tempo. O projeto tem duração de 24 meses, deve finalizar em 2016 e já tem informações disponíveis sobre o relevo e mapas geológicos, com imagens de satélite que são disponibilizadas, gratuitamente, no site da Agência Especial Norte-Americana (Nasa).
Para o coordenador do estudo, os investimentos do governo do Estado, via Fapeam, em projetos de pesquisa referentes ao monitoramento e sensoriamento remoto são fundamentais para municiar os órgãos competentes na tomada de decisões referentes às inundações na região.
“Além disso, podemos mencionar a mão de obra qualificada na área de sensoriamento remoto que o projeto irá formar, pois envolve alunos de iniciação científica que serão, futuramente, profissionais qualificados na área e que podem atuar no Amazonas no monitoramento das inundações e alertas aos órgãos competentes”, disse.
Ada Lima / Agência Fapeam