Estudo de Ciências está distante da realidade amazônica
Falta de preparo de alguns professores, bibliotecas defasadas e falta de incentivo ao estudo em Ciências são fatores que contribuem para o distanciamento entre a disciplina e a realidade amazônica. A conclusão é apontada pela pesquisa “Ensino de Pesquisa Voltada para a Realidade Amazônica – uma visão do Município de Manaus: Mitos e Realidades”, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
A pesquisa, coordenada pelo pesquisador Arlindo Serpa Filho, da Fiocruz, foi desenvolvida com objetivo de identificar e qualificar o ensino em Ciências a partir do número de editoras que produzem textos para a disciplina, além de fazer um levantamento sobre a metodologia usada no ensino. Estudantes da rede pública participaram da pesquisa, apresentando suas percepções em relação à disciplina de Ciências.
A pesquisa identificou que os principais problemas enfrentados pelos profissionais que trabalham com Ciências nas escolas públicas de Manaus estão relacionados ao conteúdo apresentado em edições específicas da disciplina. Segundo a pesquisa, normalmente estas publicações têm abordagem voltada para fora da realidade local, mesmo que publicadas por editoras locais.
Um agravante identificado nesse contexto é que não há iniciativas que contribuam para a melhor formação dos professores, uma vez que, inclusive, as bibliotecas das escolas não dispõem de material adequado para o ensino de Ciências na Amazônia.
Em países como França, Inglaterra, Itália e Alemanha, o ensino de ciências sempre ocupou posições estratégicas, estando ligado ao desenvolvimento científico. Hoje em dia, esses países têm tradição científica e estão à frente da maioria dos outros, no que diz respeito aos avanços científicos e tecnológicos.
Tal fato demonstra a importância desse estudo no sentido de realizar um diagnostico sobre o ensino de ciências na Rede Estadual de Ensino Publico do Município de Manaus, com alunos de 1ª a 4ª série, pois se entende que algo só pode mudar se identificarmos primeiramente as causas do problema.
A pesquisa foi realizada com alunos do curso Normal Superior da UEA, que receberam bolsas do Programa de Iniciação Científica (Paic), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).