Estudo desenvolve nanocápsulas de copaíba e andiroba para uso cosmético


18/01/2013 – Pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) estão trabalhando em uma nova técnica de utilização dos óleos de copaíba e andiroba em cosméticos de forma mais segura e sem o cheiro característico dessas espécies vegetais. Eles estão revestindo os óleos em nanocápsulas quase invisíveis a olho nu que podem ser utilizadas pela indústria farmacêutica ou de cosméticos.

Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook

O estudo intitulado ‘Desenvolvimento de nanocápsulas e formas farmacêuticas plásticas contendo óleo de espécies vegetais da Região Amazônica’ faz parte da Rede para o Fortalecimento e Inovação Estratégica da Cadeia Produtiva de Óleos da Amazônia Aplicados em Cosméticos (Rede Anaua) e é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM), por meio da Rede Amazônica de Pesquisa e Desenvolvimento de Biocosméticos (Rede Bio).

As pesquisas são coordenadas pela doutora em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Tatiane Pereira de Souza, e realizadas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

“A ideia é envolver esse óleo em um polímero biodegradável formando partículas muito pequenas que possam facilitar a penetração dele na pele e melhorar a estabilidade do óleo, além de mascarar totalmente o cheiro. Dessa forma, facilitamos a veiculação em  forma semissólida, como em creme ou um gel”, explicou a pesquisadora.

Ela esclareceu que as nanocápsulas são estruturas formadas por um fino polímetro biodegradável. “O tamanho delas chega a 300 nanômetros. Olhando a formulação só vemos o líquido microscopicamente”, disse Souza.

Desenvolvimento

Os óleos de copaíba e andiroba são resultados de pesquisas feitas pelo professor do Instituto de Química da Ufam, Valdir Veiga, e já são purificados. A pesquisadora explicou que utiliza a técnica de precipitação de um polímero pré-formado para criar um polímero menor ainda com o óleo no núcleo.

“Solvemos o polímero em um solvente orgânico e colocamos o óleo de copaíba ou andiroba combinado com o princípio ativo. Quando colocamos água, ele imediatamente volta para a forma sólida e fecha o núcleo com o óleo dentro” , explicou.

Após a formação das nanocápsulas, o doutor em Farmácia pela Universidade de São Paulo (USP) e professor adjunto da Ufam, Emerson da Silva Lima, faz a análise da atividade biológica para ver se o polímero biodegradável interferiu nas substâncias dos óleos.

A especialista em nanoemulsões pela Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS), professora Letícia Koester, também contribui com a pesquisa auxiliando em dados técnicos para obtenção das nanocápsulas a partir do polímero biodegradável.

A intenção dos pesquisadores é otimizar a extração do óleo e caracterizá-los fitoquimicamente para elaboração de formas farmacêuticas tais como cremes e géis de uso cosmético.

Importância dos óleos de copaíba e andiroba

O óleo da copaíba é utilizado como um agente anti-inflamatório, para tratamento de caspa, todos tipos de desordens de pele e úlceras de estômago.

A copaíba também tem propriedades diuréticas, expectorantes, desinfetantes, e estimulantes, e vem sendo utilizada nos tratamentos de bronquite, dor de garganta, como anticoncepcional, vermífugo, no tratamento de dermatose e psoríase, e ainda, como combustível substituindo o óleo diesel nas lamparinas. Na indústria, o óleo pode ser utilizado na fabricação de vernizes, perfumes, produtos farmacêuticos e para revelar fotografias.

O óleo de andiroba é utilizado na medicina doméstica para fricção sobre tecidos inflamados, tumores, distensão muscular e como protetor solar, além de ser utilizado em vários produtos cosméticos.

Na indústria farmacêutica homeopática, na qual está sendo comercializado na forma de cápsulas, é utilizado no tratamento de diabetes e reumatismo, e o bálsamo para uso tópico de luxações e na fabricação de sabonetes medicinais.

A andiroba pode ser utilizada ainda no combate às infecções do trato respiratório superior, dermatites, lesões dermáticas secundárias, úlceras, escoriações e tem propriedades cicatrizantes.

Sobre a Rede Bio

Consiste em apoiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, mediante a seleção de propostas para o apoio financeiro a projetos em rede relacionados a biocosméticos.

Camila Carvalho – Agência FAPEAM

Mais notícias >>

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *