Estudo genômico da malária facilitará o controle da doença


11/03/2011 – Uma equipe de pesquisadores liderados pela doutora Míriam Silva Rafael, da Coordenação de Pesquisas em Ciências da Saúde do Laboratório de Vetores da Malária e Dengue (CPCS), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) mapearam o sequenciamento genético do mosquito transmissor da malária (Anopheles darlingi).

“O que se quer com o projeto é diminuir sensivelmente a densidade do mosquito na região e fazer com que os dados genômicos sirvam para combater o desenvolvimento de espécies do plasmodium, que são os causadores da doença. O mosquito só transmite o plasmodium no momento da picada”, disse a pesquisadora.

O projeto intitulado ‘Sequenciamento de genes expressos (Expressed Sequence Tags) de larvas de Anopheles darlingi (Diptera: Culicidae) da Amazônia’ teve o objetivo de sequenciar clones de ‘biblioteca de DNA’ do mosquito, além de identificar e analisar as ‘etiquetas de sequências expressas’ (ESTs) – fundamentais para caracterizar estes genes. Toda pesquisa foi desenvolvida com recursos públicos por meio do Programa Integrado de Pesquisa e Inovação Tecnológica (Pipt) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).

Maior incidência é na Amazônia

Segundo a pesquisadora, a malária é a parasitose que leva mais pessoas à morte no mundo. No Brasil, 97% dos casos registrados ocorrem na Amazônia, com 289.373 deles ocorridos somente em 2009. “O principal vetor da doença é o mosquito Anopheles darlingi, popularmente conhecido por carapanã. O controle por meio de inseticidas sintéticos ainda não é possível”.

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Mapeamento
Há décadas a malária é uma doença largamente conhecida na Amazônia, no qual o controle da doença tem esbarrado na resistência a inseticidas sintéticos. A busca de combate à malária por meio controle natural sem efeitos residuais ao meio ambiente e aos seres vivos tem sido a temática principal de algumas pesquisas em andamento.

Miriam explicou que o Anopheles gambiae, principal transmissor da malária no continente africano, tem seu genoma totalmente sequenciado. “Na América do Sul, considerando o Anopheles darlingi, há escassez de genes transcritos e anotados desse mosquito, sendo a maioria sequências ribossomais ou mitocondriais”, comentou.

Saiba mais sobre a malária

A malária é causada por protozoários do gênero plasmodium, como o Plasmodium Vivax, Falciparum, Malariae e Ovale. Os dois primeiros ocorrem no Brasil e são mais frequentes na Região Amazônica. Os resultados da pesquisa devem auxiliar outros estudos aplicados, envolvendo novos antígenos e controle natural desse mosquito na região, em especial, no Estado do Amazonas.

A prevenção consiste em evitar picadas do mosquito, uso de repelentes, calças e camisas de manga longa, principalmente o fim de tarde e início da noite. Evitar o acúmulo de água parada a fim de impedir a produção e nascimento de novos mosquitos.

Recursos públicos vieram do Pipt da FAPEAM

Miriam lembra que, desde a sua criação, a FAPEAM tem sido a principal ferramenta de aporte financeiro aos pesquisadores do Amazonas, e também para aqueles de outros Estados. “A fundação alavancou as pesquisas científicas com competência e lisura”, destacou.

O Programa Integrado de Pesquisa e Inovação Tecnológica (Pipt) consiste em apoiar, com auxílio-pesquisa e bolsas, mestres e doutores vinculados a instituições públicas e privadas sem fins lucrativos interessados em realizar pesquisas científicas e tecnológicas no Amazonas.

Sebastião Alves – Agência FAPEAM

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