Estudo possibilita conhecer e preservar diversidade genética da seringueira


Pesquisadores criaram uma coleção com quase 100 árvores que representa toda a diversidade genética dessa população da planta

Estudo possibilita conhecer e preservar diversidade genética da seringueira

A diversidade genética da seringueira (Hevea brasiliensis) – a única espécie de planta cultivada para produção comercial de borracha natural no mundo, nativa da floresta amazônica – poderá ser finalmente conhecida e preservada.

Um grupo de pesquisadores brasileiros, de diferentes universidades e instituições de pesquisa no país, em colaboração com pesquisadores do Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement (Cirad), da França, descreveu a diversidade genética da seringueira a partir da análise de mais de mil exemplares da planta disponíveis em bancos públicos de patrimônio genético na América do Sul.

Além disso, eles criaram uma coleção com quase 100 árvores que representa toda a diversidade genética dessa população da planta. Resultado de um projeto apoiado pela Fapesp, o estudo foi publicado na revista PLoS One.

“Essa coleção de quase 100 árvores poderá viabilizar programas de melhoramento genético da seringueira não somente no Brasil, mas em qualquer outro lugar no mundo interessado em cultivá-la e proteger o patrimônio genético da planta”, disse a coordenadora do estudo, Anete Pereira de Souza, professora do Instituto de Biologia e pesquisadora do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Coleta e análise

Os pesquisadores analisaram e caracterizaram com marcadores moleculares (pequenas regiões do DNA que variam de um indivíduo para outro) 1.117 exemplares de seringueiras coletados durante expedições de coleta realizadas nos últimos 35 anos na região de Madre de Dios, no Peru, e nos estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amazonas, e conservados no Brasil e na Guiana Francesa.

Cerca de 500 exemplares analisados foram coletados durante uma expedição realizada em 1995 pela Embrapa e o Instituto de Pesquisa da Borracha da Malásia (RRIM) nos estados do Pará e do Amazonas, e mantidos em uma área experimental da Embrapa Cerrado em Planaltina, a 40 quilômetros de Brasília. Até então não tinham sido descritos, multiplicados ou usados em programas de melhoramento genético.

Os outros exemplares analisados são provenientes de coletas realizadas nos estados do Acre, Mato Grosso e Rondônia em 1974 e 1981 pelo Institut de Recherche sur le Caoutchouc, da França, a Embrapa e a Comissão Internacional para Pesquisa e Desenvolvimento da Borracha (IRRDB, em inglês) e guardados em coleções diferentes.

A análise dos dados genéticos dos exemplares da planta mostrou que as populações de seringueira podem pertencer a dois grupos distintos, de acordo com suas “semelhanças” genéticas.

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Fonte: Elton Alisson / Agência Fapesp

Edição: Agência Fapeam

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